Prévia da inflação na RMBH cai em novembro, puxada por recuos na gasolina e energia
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi a única do País a registrar queda na prévia da inflação de novembro, com recuo de 0,05% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho do indicador foi influenciado pela redução nos preços da gasolina e da energia elétrica residencial. No acumulado do ano, a Grande BH registra alta de 3,73%, abaixo da média nacional de 4,15%.
O preço da gasolina teve redução de 3,13%, com impacto negativo de 0,16 ponto porcentual (p.p.). O etanol também apresentou queda considerável de 3,3%, mas com um efeito mais tímido no cálculo, de -0,02 p.p.. No grupo de habitação, a energia elétrica residencial teve queda de 1,49%, com recuo de 0,06 ponto porcentual.
O economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Paulo Casaca, afirma que a época de chuvas, que afeta diretamente a bandeira tarifária, e a diferença que cada estado cobra de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina ajudam a explicar o cenário, já que o combustível registrou redução em todo o País.
“Houve a mudança da bandeira tarifária do patamar 2 para o patamar 1 em todo o País, mas com movimentos de quedas diferentes em cada estado. Já a gasolina tem incidência de ICMS diferente em cada unidade da federação, o que faz com que o preço varie de forma diferente também”, explica.
Veja os grupos que registraram deflação
Cinco dos nove grupos pesquisados para o índice apresentaram deflação na capital mineira. Foram eles: artigos de residência (-1,21%), transportes (-0,41%), habitação (-0,32%), comunicação (-0,21%) e alimentação e bebidas (-0,2%).
O levantamento, que é feito em 11 regiões metropolitanas do Brasil aponta que, entre as cidades que tiveram deflação ou menor inflação neste mês, a capital mineira lidera, seguida por Curitiba (0,03%), e Salvador (0,04%).
No grupo de alimentação, os itens que tiveram maior redução no valor foram a banana-prata (-16,44%), tomate (-9,08%) e alho (-8,79%). Já os que aumentaram foram a batata inglesa (18%), a mandioca (17,63%) e o brócolis (6,37%). Enquanto no grupo de transportes, a passagem aérea se destacou com aumento de 15,51%.
Tendência de desaceleração
Apesar de o IPCA-15 do Brasil ter mostrado aumento de 0,2% neste mês, ligeiramente acima da média esperada pelos analistas, que previam alta de 0,18%, Casaca aponta que há uma tendência de desaceleração da inflação nos próximos meses.
“Tem havido um movimento de desaceleração da inflação no País e acredito que isso vai se manter nos próximos meses. Um indicador fácil de projetar é a energia elétrica. A gente entrou agora num período de chuvas e, conforme o nível dos reservatórios for subindo, a gente vai ver a tarifa mudando de bandeira”, comenta.
Ele ressalta ainda que no fim do ano, é comum um leve aumento nos preços de alimentos e bebidas devido às festividades típicas da época, o que provoca um “repique na inflação”.
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