Economia

Insegurança econômica paralisa setor de material de construção

Primeiro semestre amarga queda de 7% no faturamento
Insegurança econômica paralisa setor de material de construção
Crédito: Reprodução Adobe Stock

As incertezas da economia brasileira estão afetando negativamente o setor de material de construção. Constatação dos representantes do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco) e da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac), que estimam uma retração de 7% no faturamento no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente do Sindimaco, Julio Gomes Ferreira, o mercado de material de construção está frio e a insegurança econômica e de mercado são muito grandes. “Os fatores que regem a economia estão deixando a desejar e com isso as empresas não enxergam uma mudança desse quadro a curto prazo, a insegurança é muito grande e as expectativas para o segundo semestre não são boas”, diz.

Júlio Gomes Ferreira
Ferreira explica que as empresas do segmento estão reduzindo os preços, mas o faturamento recua | Crédito: Lucas Peroni / Fecomércio mg

Ele conta que, para suportar o momento, o comércio reduz os preços na tentativa de alavancar os negócios. “Mas isso acaba afetando o faturamento nominal”, diz. Mesmo com a estiagem do período, o que favorece a realização de obras, o presidente do sindicato afirma que a sazonalidade não está sendo suficiente para estimular os negócios. “O mercado está tão frio que nem o período de seca contribuiu para a melhoria das vendas. O mercado não está dando sinais de recuperação”, afirmou.

Na visão de Ferreira, o governo não está controlando as despesas públicas, o que aumenta a incerteza e o desestímulo ao consumo. “A solução independe do setor comercial, depende do governo. A gente até tem visto eles tentando mudar as expectativas, como o recuo do dólar, a melhora do índice Ibovespa, as declarações do ministro da Fazenda sobre corte de despesas, mas tudo ainda de forma muito discreta”, afirmou.

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Setor de material de construção em compasso de espera

Wagner Mattos, diretor da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac), afirma que o início do ano foi “custoso”, e as empresas estão “em compasso de espera”. ”Os entraves na economia como um todo acabam postergando as compras, traz aumento de preço e a queda no consumo reflete em todos os setores”, afirma.

De acordo com Mattos, historicamente o segundo semestre é melhor que o primeiro e, sendo assim, ele espera um desempenho melhor, mas não tão significativo. Na visão do empresário, fortalecer o segmento é crucial para a melhora da qualidade de vida das pessoas. “Nosso setor traz paz social e trabalha com realizações pessoais. Somos importantes para a mitigação do desemprego e a melhora da qualidade de vida”, destaca.

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