Economia

Intenção de compra de carros no Brasil supera média global

O brasileiro demonstrou preferência acima da média por carros particulares, mobilidade compartilhada e veículos de duas rodas
Intenção de compra de carros no Brasil supera média global
Os modelos de carros SUV são os mais procurados tanto no Brasil quanto no resto do mundo | Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

A intenção de compra de carros entre consumidores brasileiros possui uma taxa de 70%. De acordo com o Índice de Mobilidade do Consumidor realizado pela empresa especializada em consultoria e auditoria EY, o nível observado no Brasil está mais elevado que a média global (44%).

Dentre os modelos, os mais procurados no País são os veículos SUV e sedan, com 37% e 34% respectivamente. Em seguida vem hatchback (14%) e caminhonetes (7%). A tendência se repete na média global, com SUV liderando, com 39% da demanda, seguido pelos carros sedan (32%), hatchback (16%) e caminhonetes (4%).

O levantamento ainda aponta que 64% dos potenciais compradores de carros no Brasil estão mais propensos a adquirir um automóvel dentro de 12 meses e 36% entre 12 e 24 meses.

As concessionárias e showrooms continuam a desempenhar um papel vital para 60% dos entrevistados brasileiros, um ponto percentual abaixo da média global (61%). No entanto, esse cenário poderá sofrer mudanças com a implementação de transformação digital em showrooms e experiência de compra inovadoras via canais on-line para o consumidor. Esses canais têm desempenhado um papel importante na fase de coleta de informações na compra de um carro.

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Demanda por carros elétricos

Mais da metade dos consumidores brasileiros (57%) demonstraram uma inclinação por veículos do tipo EVs; que incluem veículos totalmente elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Esse resultado é dois pontos percentuais (p.p.) acima da média global, que ficou em 55%.

Os principais motivos para a compra de automóveis desse tipo são os altos preços dos combustíveis e as preocupações ambientais, ambos com 46%. Além dessas razões, os entrevistados também citaram a capacidade de tração integral (27%) e a melhor eficiência do motor elétrico ou híbrido (24%).

O sócio da EY e especialista no setor automotivo, Marcelo Frateschi, destaca que o estudo fornece informações únicas sobre as mudanças observadas nos padrões de viagens e no mix de mobilidade no período pós-Covid-19 em todo mundo. “Com ela também é possível notar que os consumidores brasileiros estão mais inclinados a comprar automóveis elétricos devido ao alto custo dos combustíveis e a emissão de gases, mas a falta de infraestrutura e o valor a ser investido ainda são impeditivos”, completa.

Porém, 38% dos potenciais compradores deste tipo de veículo no Brasil afirmaram que o custo inicial é a principal preocupação. Outros 36% citaram a falta de estação de carregamento e 30% destacaram a infraestrutura inadequada de carregamento.

“Essas são dores pertinentes e importantes a serem consideradas pelos consumidores. Mesmo com todo o crescimento e desenvolvimento do mercado de veículos elétricos e híbridos no País, ainda existe um caminho a se percorrer para que toda a infraestrutura esteja de acordo com a necessidade dos motoristas”, ressalta Frateschi.

Quanto ao carregamento doméstico, o alto custo de instalação foi a principal preocupação de 54% do público no País, contra 46% na média global. Situação parecida a essa ocorre no caso do carregamento público, com 54% dos brasileiros mais preocupados em encontrar uma estação de carregamento do que com os custos de carregamento elevados frente a 46% na média global.

Em questões relacionadas a veículos conectados, a maioria dos consumidores no Brasil (69%) destacam o monitoramento de localização para segurança, contra 44% da média global. Outros 20% desejam recursos como pagamentos no carro e alertas automáticos e 53% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por recursos de segurança, como as chamadas de emergência automatizada.

Para ter acesso a esses serviços, a preferência por pagar por uso é maior do que por pagamentos à vista para 45% dos entrevistados brasileiros, contra 38% dos casos na média global.

Comportamento na mobilidade

O retorno ao trabalho presencial e o fortalecimento do modelo de trabalho híbrido também impactaram diretamente a mobilidade. De acordo com o estudo da EY, a preferência por carros particulares (83%), mobilidade compartilhada (44%) e veículos de duas rodas pessoais (35%) é significativamente maior do que a média global, que correspondem a 73%, 24% e 20%, respectivamente.

No entanto, apenas 17% dos brasileiros têm preferência pela micromobilidade (bicicletas, patins e skates, dentre outros), contra 23% da média global. Já a escolha por carro compartilhado tem médias semelhantes no Brasil (11%) e no mundo (12%).

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