Intenção de compras tem 2ª alta seguida em julho

Rio de Janeiro – A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 2% em julho, alcançando a segunda alta consecutiva. O indicador chegou a 68,4 pontos e atingiu o maior nível desde abril. O resultado ficou 3,5% acima do registrado no mesmo período de 2020.
O índice, porém, segue abaixo do nível de satisfação (100 pontos). Os resultados da pesquisa, feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foram divulgados ontem no Rio de Janeiro.
“A maior confiança das famílias na estabilidade da tendência positiva do mercado de trabalho, a disponibilização do auxílio emergencial e uma maior parcela da população já vacinada favoreceram as condições de consumo”, afirmou, em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Destaque – Como em junho, todos os subíndices da pesquisa registraram resultados positivos, com destaque para o que mede a Perspectiva de Consumo, que subiu 5,1% na comparação com junho, indo a 66,8 pontos. O item foi o que apresentou o maior crescimento no mês e revelou melhora na percepção dos brasileiros em relação a compras futuras.
“A expectativa das famílias é que esse ambiente econômico mais positivo percebido no curto prazo se prolongue para o longo prazo”, disse a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva.
O Nível de Consumo Atual também melhorou ao subir 2,2%, alcançando o maior patamar desde março deste ano (53,1 pontos). “Esse avanço foi resultado da melhora nas condições de consumo, com redução no percentual de famílias que consideram o seu consumo menor (59% contra 60,3% no mês passado e 62,6% em julho de 2020) e crescimento ainda mais intenso do que no mês anterior (4,7%) na percepção do momento para compra de duráveis”, afirmou a economista.
Bens duráveis – Apesar de permanecer como o menor indicador em julho, o Momento para Compra de Duráveis, que avalia o que os consumidores pensam sobre a aquisição de bens como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, atingiu o maior patamar desde abril e subiu de forma ainda mais intensa do que no mês anterior (4,7%), chegando a 40,8 pontos.
“Na esteira desse avanço, houve redução do percentual de famílias que acreditam ser um momento negativo para compras desse tipo de produto: 77,2%, abaixo dos 77,7% do mês anterior e dos 78% de julho de 2020”, informou a CNC. (ABr)
FMI prevê avanço global de 6% este ano
Washington – O Fundo Monetário Internacional (FMI) está estimando neste mês que o crescimento global para 2021 será de cerca de 6%, mesmo nível da projeção de abril, mas com alguns países crescendo mais rápido e outros mais lentamente, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, ontem.
Georgieva, falando em evento on-line patrocinado pelo Peterson Institute for International Economics (PIIE), afirmou que a recuperação ficará travada a menos que o ritmo de vacinação contra a Covid-19 acelere e acrescentou que a meta de acabar com a pandemia até o fim de 2022 não será alcançada no ritmo atual.
O FMI projetou em abril que o crescimento global em 2021 atingiria 6%, taxa não vista desde os anos 1970, conforme a disponibilidade de vacinas melhorou e as economias eram reabertas com a ajuda de estímulos fiscais sem precedentes, especialmente nos Estados Unidos.
Mas Georgieva disse que a relativa falta de acesso à vacina nos países em desenvolvimento e a rápida disseminação da variante Delta da Covid-19 estão ameaçando retardar o ímpeto da recuperação.
O FMI vai divulgar em 27 de julho sua próxima atualização de previsões no relatório Perspectiva Econômica Mundial, mas Georgieva disse que a taxa de crescimento global projetada pelo fundo para este ano permanecerá em 6%.
“São 6% em julho, mas entre abril e julho a composição desses 6% mudou”, disse Georgieva na sessão do PIIE com a ex-comissária de comércio da União Europeia Cecilia Malmstrom.
“Agora, projeta-se que alguns países crescerão mais rápido, alguns países agora deverão crescer mais devagar. Qual é a diferença? É principalmente a velocidade e eficácia das vacinações e a disponibilidade de espaço fiscal para agir”, acrescentou Georgieva.
Ela disse que uma meta do FMI-Banco Mundial para que os países forneçam US$ 50 bilhões para aumentar as taxas de vacinação contra a Covid-19 provavelmente exigirá mais do que as 11 bilhões de doses inicialmente previstas, porque as doses de reforço podem agora ser necessárias e também para cobrir perdas de dosagem em alguns países em desenvolvimento que carecem de instalações de armazenamento suficientes. (Reuters)
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