Economia

Intenção de consumo cresce em Belo Horizonte em agosto

Perspectiva é que o consumo das famílias aumente nos próximos meses, influenciado pelas datas comemorativas e o pagamento do 13º salário
Intenção de consumo cresce em Belo Horizonte em agosto
Apesar de a intenção de consumo indicar melhora, consumidores ainda estão insatisfeitos | Crédito: Alessandro de Carvalho

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Belo Horizonte teve aumento de 0,2 ponto em agosto deste ano, chegando a 99,8 pontos, conforme levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG). O dado mostra que a confiança segue no nível de insatisfação, porém cada vez mais próxima dos 100 pontos.

De acordo com o economista da entidade, Gilson Machado, o indicador está no patamar de neutralidade. O índice abaixo de 100 pontos revela uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) demonstra o grau de satisfação.

Ele explica que a pesquisa ICF é um indicador que mede a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos relacionados à condição de vida de sua família, tais como a sua capacidade e qualidade de consumo atuais e de curto prazo, nível de renda doméstico e segurança no emprego. A pesquisa investiga sete itens (emprego atual, perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível de consumo, perspectiva de consumo e consumo de bens duráveis. 

De acordo com o economista, na análise por faixas salariais, a disparidade entre os estratos sociais persiste, como tem sido observado nos últimos meses. As famílias com rendimentos superiores a dez salários mínimos ainda mantêm um nível de satisfação, embora menos intenso. Em contrapartida, as famílias menos favorecidas em termos de renda, ou seja, com rendimento inferior a R$ 13.200, continuam a caminhar em direção ao nível de neutralidade.

Ele explica que o indicador está sendo afetado positivamente pelos índices como emprego atual, perspectiva profissional, renda atual e perspectiva de consumo. No entanto, conforme o economista, algumas análises ainda revelam um nível de insatisfação entre as famílias mineiras. 

“Isso sugere que, apesar da aproximação do nível de satisfação indicado pelo Indicador de Consumo das Famílias, ainda existem pontos negativos no mercado, como aumento do endividamento das famílias, altas taxas de juros e dificuldade de acesso ao crédito”, observa.

Para os próximos meses, sem considerar uma mudança brusca na economia nacional ou mesmo internacional, a perspectiva do economista é que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumente, influenciada por aspectos sazonais, fruto da influência das datas comemorativas, bem como do pagamento do 13º salário.

Emprego

A pesquisa da Fecomércio Minas mostrou que o índice de emprego atual chegou a 126,8 pontos, resultado 1,6 ponto inferior ao observado no mês anterior (128,5) e 14,3 pontos superior ao do ano passado (112,5 p. p.). O levantamento mostra que 42% das famílias sentem-se mais seguras no seu emprego, em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que entre as que possuem renda mais alta (acima de 10 salários mínimos), o percentual é mais elevado (54,1%). Entre as pessoas com renda de até 10 salários mínimos, chega a 40,1%.

Ainda sobre a perspectiva profissional, 68,4% dos entrevistados acreditam que o responsável pelo domicílio terá alguma melhora profissional nos próximos seis meses. Na divisão por renda, 66,9% com renda de até 10 salários mínimos estão otimistas neste aspecto e 77,7% com renda acima de 10 salários mínimos.

O levantamento mostrou que 42,8% das pessoas estão encontrando mais dificuldade em acessar crédito em comparação com 2022. Além disso, 45,3% dos entrevistados afirmaram que a família está comprando menos na comparação com o ano passado, enquanto 29,4% afirmaram comprar, atualmente, mais. E 79,6% das famílias consideram que o momento não é propício para adquirir bens duráveis para suas residências.

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