Economia

Intenção de consumo das famílias volta a crescer em Belo Horizonte e em Minas Gerais

Crescimento mensal do indicador na capital mineira encerrou tendência de baixa
Intenção de consumo das famílias volta a crescer em Belo Horizonte e em Minas Gerais
Crédito: Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

Após três quedas consecutivas, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Belo Horizonte subiu 0,5 ponto em agosto em relação a julho. Já frente ao mesmo período de 2023 (99,8), houve queda de 5,6 pontos. O crescimento mensal do indicador na capital de Minas Gerais encerrou uma tendência de baixa, observada no meio deste ano, e alcançou 94,2 pontos no mês.

O resultado mostra redução na insatisfação dos consumidores, já que o nível de satisfação é alcançado quando o ICF registra 100 pontos. Os dados são do Núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), com informações da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, aponta que a alta do consumo é devido ao aumento da renda média da população, proporcionada pelo pleno emprego no Estado (leia a análise completa ao final do texto).

O levantamento mostra que houve aumento de 0,8 ponto na intenção de consumo para famílias com renda até 10 salários mínimos, enquanto para aquelas com rendimentos superiores, foi registrada queda de 2,1 pontos. Apesar disso, somente as famílias com renda acima de 10 salários mínimos estão satisfeitas com suas condições atuais de consumo.

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Na comparação anual, destaque para a perspectiva de consumo, com 103,1 pontos, crescimento de 1,4 ponto comparado com o mesmo período do ano anterior. Para 68,7% das famílias de Minas Gerais entrevistadas, o consumo nos próximos meses será igual ou superior ao do segundo semestre do ano passado.

Satisfação e insatisfação dos consumidores em Minas Gerais

Ainda segundo o levantamento da Fecomércio, entre outros indicadores da intenção de consumo das famílias em Minas Gerais que estão em nível de satisfação, ou seja, acima dos 100 pontos, estão o emprego atual (125,9), perspectiva profissional (100,4) e renda atual (101,6).

Já entre os indicadores de insatisfação, abaixo dos 100 pontos, estão acesso ao crédito (86), nível de consumo (80,4) e momento para duráveis (61,7), em que se avalia a perspectiva de aquisição de bens duráveis para a casa.

Pleno emprego aumenta consumo mesmo com inadimplência

A economista da Fecomércio aponta exatamente os indicadores de emprego e renda acima do nível de satisfação como justificativas para o crescimento mensal do ICF, ainda que a inadimplência tenha aumentado entre os consumidores mineiros.

Além disso, o segundo semestre é tradicionalmente um período de maior consumo em relação à primeira metade do ano, impulsionado por datas importantes para o comércio e o pagamento do décimo-terceiro salário.

“Tem esse cenário de inadimplência, endividamento, só que a gente realmente está no segundo semestre. Tem essa característica para o consumidor, a expectativa do 13º salário, dos gastos do final do ano, a perspectiva de consumo. E também a gente não pode esquecer da questão do emprego atual”, explica Martins.

“O emprego atual, o pleno emprego, o aumento da renda disponível das famílias também chega aqui nesse cenário positivo. Por mais que tenha esse lado negativo, há esses lados positivos que pesam mais a balança”, completa.

Ainda assim, a economista chama atenção para o indicador de perspectiva profissional. Ainda que esteja em nível satisfatório, o resultado de agosto é 3,2 pontos inferior ao mês anterior e 40,9 pontos a menos do mesmo período do ano passado. A redução dessa perspectiva também é um efeito do pleno emprego.

“Realmente começa a ficar um pouquinho mais difícil de encontrar determinadas vagas, porque essas vagas já estão ocupadas. Acaba sendo uma faca de dois gumes: o mercado está e vai permanecer aquecido, por outro lado, está mais difícil conseguir realocação em algumas vagas”, finaliza.

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