Intenção de consumo para a Páscoa avança na Capital

Em Belo Horizonte, 53,6% dos consumidores pretendem comprar presentes nesta Páscoa, o índice é 11,2 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano anterior (42,4%). Dentre eles, 96,7% disseram que irão presentear com chocolates e doces; outros 2,4% pretendem comprar brinquedos e o restante optou por Vestuários e Calçados.
O levantamento “Intenção de Consumo – Páscoa 2023”, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), também revelou que a maioria dos entrevistados que responderam “Chocolate” comprou Ovos de Páscoa industrializados (42,2%), enquanto 31,3% preferem presentear com chocolates, em geral, industrializados. Logo em seguida aparece Ovos de Páscoa artesanais (21,1%) e chocolates artesanais (1,6%). Outros 3,9% não souberam ou não responderam.
O economista da Fecomércio-MG, Stefan D’Amato, destaca a redução do desemprego, o aumento da confiança das famílias e a elevação da transferência de renda realizada pelo governo, como alguns dos fatores mais importantes para esse crescimento de 11,2 p.p. nas pretensões de compra dos consumidores.
Ele explica que com a queda do desemprego e o crescimento do otimismo das famílias em relação à economia fizeram com que elas apresentassem uma maior disposição para gastar. Além do aumento nos valores pagos por programas como o Bolsa Família, pode ter elevado o poder de compra de algumas famílias carentes.
“No entanto, é importante ressaltar que outros fatores também podem ter influenciado este aumento, como a disponibilidade de crédito, promoções e descontos oferecidos pelo comércio e até mesmo mudanças nas preferências dos consumidores em relação aos presentes de Páscoa”, salienta.
Por outro lado, 45,5% dos consumidores em Belo Horizonte disseram que não pretendem presentear nesta Páscoa. Dentre os motivos estão a falta de costume (34,6%), estar sem dinheiro (21,2%), não ter a quem presentear (12,5%) e os preços altos dos produtos (10,6%).
D’Amato alerta que o aumento das taxas de juros também pode ser apontado como um fator que prejudica o consumo das pessoas, já que inviabiliza a busca do crédito por parte dos consumidores. Ele também lembra que, apesar da redução na inflação, o aumento dos preços de produtos essenciais, como alimentos e combustíveis, comprometem a renda familiar e desestimula o consumo de alguns produtos considerados supérfluos.
A pesquisa aponta ainda que o perfil dos consumidores que estão dispostos a comprar presentes nessa data é de pessoas do sexo feminino (54,1%), com idade entre 25 e 59 anos (42,4%), assalariada com carteira de trabalho (47,2%) e com uma renda familiar R$ 1.302,01 e R$ 2.604,00 (19,8%).
Ela também revelou que apenas 6,8% dos belo-horizontinos pretendem comprar artigos religiosos durante a Páscoa, contra 91% que não farão a aquisição destes produtos.
Planejamento de compras
Quanto ao planejamento de compra do consumidor belo-horizontino, 38,7% dos entrevistados disseram que pretendem gastar o mesmo valor em presentes que em 2022. Outros 34,5% esperam gastar um pouco mais nesta Páscoa e 25,2% revelaram que pretendem gastar menos com a data.
A grande maioria dos que presentearam demonstrou estar atraída pelas ações de promoções (54,7%), outros 19,3% disseram que os preços reduzidos podem atraí-los e 11,3% estão levando em conta a variedade de marcas e produtos. As demais ações que podem atrair as pessoas são: atendimento diferenciado (5,3%), facilidade de pagamento (4%), visibilidade (3,3%) e divulgação e prazos dilatados, ambos empatados com 0,7%.
Já sobre o comportamento dos consumidores, 42% afirmaram que compraram poucos produtos de maior valor, enquanto 26,1% devem comprar poucos produtos e de menor valor. Outros 21,8% dos entrevistados pretendem adquirir muitos produtos e de baixo valor e apenas 1,7% esperam comprar muitos produtos de maior valor.
Entre os estabelecimentos comerciais em que essas compras devem ser feitas, os destaques são: lojas de shoppings (38,2%), supermercado e hipermercado (30,1%) e lojas da vizinhança (17,9%).
De acordo com o levantamento, pouco mais da metade dos consumidores (50,5%) pretendem gastar, em média, entre R$ 70,01 e R$ 200,00 com as compras de Páscoa. A maioria dos entrevistados não pretende assumir dívidas com os presentes da data. Dentre as formas de pagamentos, as mais comuns são: débito à vista (29,4%), dinheiro à vista (26,1%) e crédito de uma parcela (22,7%).
O economista da Fecomércio-MG conta que esse comportamento já era esperado, pois pesquisas anteriores já haviam demonstrado que os consumidores têm escolhido essas opções para evitar endividamento com itens que não são considerados essenciais.
Mas D’Amato também aponta que, com o aumento do preço dos itens relacionados à Páscoa, o consumidor acaba recorrendo ao crédito, para lidar com o gasto acima do esperado.
Viagem no feriado
Pouco mais de um quarto dos entrevistados pretende passar o feriado de Páscoa na capital mineira (76,6%). Dentre os que irão viajar (21,2%), a maioria explicou que o motivo da viagem será para Lazer e descanso (57,4%), outros 40,4% pretendem visitar amigos e/ou familiares e apenas 2,1% afirmaram que viajaram a trabalho.
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