Economia

Intenção de consumo sobe, aponta Fecomércio

Intenção de consumo sobe, aponta Fecomércio
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Belo Horizonte apresentou uma leve alta em agosto, de 1,1 ponto percentual em comparação a julho. O resultado expressa também um incremento de 8,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de o resultado ser positivo quando se verificam também os cinco meses anteriores, que foram marcados por quedas, os números ainda não revelam um cenário otimista.

O ICF, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), alcançou 84,8 pontos no mês, o que ainda indica nível de insatisfação (abaixo dos 100 pontos).

A economista da Fecomércio MG, Bárbara Guimarães, esclarece que alguns dos fatores que puxam os números para baixo são a taxa elevada de desemprego, que interfere diretamente na renda dos consumidores, a restrição parcial ao crédito e o endividamento das famílias.

“O aumento do nível foi bem pouco e não quer dizer que os consumidores estão confiantes. Podemos falar que a economia está tendo uma retomada, mas bem lenta”, afirma ela.

Retomada – A leve alta teve influência do avanço de cinco itens que compõem o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF). São eles: renda atual (106,2 para 106,6 pontos), acesso ao crédito (80 para 83,7 pontos), nível de consumo (61,8 para 65,2 pontos), perspectiva de consumo (79,8 para 83,7 pontos) e momento para duráveis (43,7 para 45,7 pontos). Mesmo assim, ainda 73,4% dos entrevistados disseram que o momento atual não é o ideal para adquirir bens duráveis.

Em contrapartida, outros itens apresentaram queda. O subindicador de emprego atual (118,8 para 114,2) e perspectiva profissional (95,6 para 94,5 pontos). Essas reduções refletem a realidade de que apenas 35,4% das pessoas que responderam a pesquisa se sentem mais seguras em seu emprego em relação ao mesmo período do ano passado.

“Os números têm mostrado para os empresários que muitos consumidores não estão dispostos a realizar compras”, diz a economista da Fecomércio MG. “A prioridade das pessoas agora não é investir, mas, sim, pagar dívidas e consumir bem essenciais, o que impacta os empresários do comércio”, salienta ela.

Perspectivas. Já quando se trata das perspectivas relacionadas ao índice, Bárbara Guaimarães afirma que há expectativa de melhora, embora ela não deva acontecer de maneira muito rápida.

“A reforma da Previdência vai proporcionar um ambiente de mais confiança para os empresários, mais investimentos e empregos, fazendo com que haja um cenário mais propício para as compras”, avalia ela. “Já temos indicadores mais otimistas, como a taxa de juros mais baixa e inflação mais controlada”, diz.

Além disso, o fim do ano, como já é esperado, lembra a economista, também deverá ser marcado pela elevação das vendas.

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