Intenção de lançamento de produtos na indústria de Minas Gerais sobe 6,9% em abril

O setor industrial de Minas Gerais registrou avanço de 6,9% no Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial em abril frente ao mesmo mês do ano anterior. Este é o melhor resultado para o mês na série histórica do indicador de intenção de lançamento de produtos na indústria. No entanto, o Estado também apresentou queda de 6,8%, tanto na comparação dessazonalizada com o mês anterior, quanto no acumulado dos últimos 12 meses.
A gerente de pesquisa & desenvolvimento da GS1 Brasil, Marina Pereira, destaca que a indústria mineira tem apresentado certo otimismo quanto ao lançamento de novos produtos no mercado. Ela ainda acrescenta que a expectativa é de manutenção desse otimismo nos próximos meses, que tendem a ser mais aquecidos.
“Durante esses meses a indústria se prepara para lançar novos produtos para as festas de final de ano e se preparando para as festas do Dia das Crianças e para o Natal, que são os maiores ciclos de vendas no Brasil. As empresas acabaram de sair de um ciclo de orçamento no final de ano e estão começando a planejar seus novos ciclos e novas coleções. Esse aquecimento costuma acontecer de maio para frente, com mais força entre os meses de junho e agosto”, explica.
A especialista esclarece que os resultados negativos apresentados nos demais indicadores são consequências da interferência de meses anteriores. Já a queda frente a março deste ano está relacionada ao fato do desempenho do mês anterior ser tão positivo quanto o de abril. “Março tende a ser um mês mais forte que abril. A indústria de Minas começou a se aquecer mais nesses dois meses do que o normal para o período”, completa.
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Quanto ao resultado observado no acumulado dos últimos 12 meses, Marina Pereira pontua que o indicador está negativo porque ainda sofre com reflexos de meses anteriores, de maio de 2024 a abril de 2025. No entanto, a tendência recente de aquecimento do setor poderá melhorar o cenário nos próximos meses e ao longo do ano.
“Quando essa movimentação começar a refletir o ano a ano – 2025 frente a 2024 –, a expectativa é de que possamos ver um ano de 2025 mais aquecido em Minas, devido aos números de março e abril, que refletem resultados melhores que nos mesmos meses do ano passado”, diz.
Indicador de intenção de lançamento de produtos em queda na região Sudeste

O estudo aponta ainda que o índice de intenção de lançamento de produtos na indústria da região Sudeste do País recuou 2,8% na comparação dessazonalizada com março deste ano. A região também apresentou variações negativas na comparação com abril de 2024 (-3%) e no acumulado dos últimos 12 meses (-8,5%).
De acordo com a gerente de pesquisa & desenvolvimento da GS1 Brasil, o desempenho apresentado pela região está diretamente ligado aos resultados negativos apresentados pelos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, que puxaram o índice do Sudeste para baixo.
No entanto, ela reforça que o período entre os meses de janeiro e abril tende a apresentar uma desaceleração, portanto, o resultado não chega a ser preocupante. Marina Pereira pontua que é preciso esperar os resultados dos próximos meses para uma avaliação mais específica.
Intenção de lançamento de produtos na indústria nacional

O indicador que mede os planos da indústria nacional em lançar produtos também fechou o mês de abril com retração de 10,4% na comparação dessazonalizada com o mês anterior. A queda foi registrada logo após a trajetória positiva observada no primeiro trimestre de 2025.
Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, o Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial apresentou queda de 6,4%, além de recuar 3,5% nos últimos 12 meses. Apesar desse recuo pontual, o acumulado no ano permanece positivo, com alta de 3,2% no índice de intenção de lançamento de produtos no setor industrial brasileiro.
- Leia também: Inovação na indústria tem queda no Brasil
Marina Pereira esclarece que a partir de agora o foco é tentar compreender o novo comportamento do consumidor. Ela destaca que setores estratégicos como de vestuário e de alimentação e bebidas vêm se readaptando com forte influência do mercado externo.
“Nós esperamos que o setor de alimentos e bebidas possa vir com mais adaptações e lançamentos nos próximos meses, o que não aconteceu neste mês. Ele impacta de maneira significativa o índice e a expectativa é de que esse setor tenha maior intenção no mercado”, declara.
Ela ainda lembra que o mercado passou por uma forte desaceleração no indicador de intenção de lançamento de produtos durante a pandemia de Covid-19, seguido de um aquecimento mais forte no período pós-pandemia, para atender diferentes tipos de consumidores.
“As empresas precisaram reformular, com muitos lançamentos entre os anos de 2022 e 2023. Isso acaba refletindo em uma confiança muito maior nos anos pós-pandemia e pequenos reflexos agora com uma estabilização de produtos e lançamentos mais nichados”, diz.
Para a especialista, os próximos anos servirão para avaliar como a indústria fará para atender o novo público e novos hábitos que surgiram após a pandemia. “A indústria está se preparando para atender o público brasileiro e mundial, já que ela também exporta e sobre os impactos positivos e negativos do mercado exterior”, afirma.
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