Economia

Interdições na Raja Gabáglia causam transtornos ao comércio e trânsito na Capital

Colégio Maria Clara Machado, que funciona nos turnos matutino e vespertino, precisou acionar nesta segunda-feira o MPMG
Interdições na Raja Gabáglia causam transtornos ao comércio e trânsito na Capital
Crédito: Ângela Lisboa

Oito dias após a eleição presidencial que anunciou oficialmente a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva no pleito, apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), mantêm interditadas as faixas da avenida Raja Gabáglia em Belo Horizonte. 

As manifestações ocorrem em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na altura do bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte. Eles protestam contra a eleição de Lula, contestando o resultado das urnas e pedindo por intervenção militar. No entanto, com a presença de centenas de manifestantes e dezenas de ambulantes no local, toda a movimentação tem causado transtornos ao comércio local, escolas, empresas e ao trânsito da avenida.

Colégio aciona MPMG

O Colégio Maria Clara Machado, que funciona nos turnos matutino e vespertino, precisou acionar nesta segunda-feira o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). À entidade, a instituição de ensino pediu autorização para que as aulas fossem ministradas de forma virtual por conta das manifestações e bloqueios.

De acordo com o diretor da escola, José Donizetti dos Santos, o barulho gerado pelos manifestantes tem espantado aproximadamente 70% dos alunos nos últimos dias.

Ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, uma comerciante que não quis se identificar contou que possui um estabelecimento há 11 anos no bairro e precisou pela primeira vez trabalhar de portas fechadas por conta de barulho. “Entendo que é direito sim de cada um protestar, mas nesses dias tem sido impossível trabalhar normalmente por conta dos gritos e dos carros de som. É um barulho estarrecedor para quem trabalha e vive aqui”, conta a lojista, que decidiu não abrir as portas no último sábado devido à grande presença dos manifestantes.

O tenente-coronel da Polícia Militar de Minas Gerais Flavio Santiago explica que continua negociando para que haja a liberação da via. “Na Raja Gabáglia, estamos em franca posição de apoiar outros órgãos no que for necessário. Ali existe uma colisão de direitos, assim como em todo o ambiente de manifestação. É claro que se a manifestação for violenta, quando se tem a queima de pneus, com depredação de patrimônio, imediatamente nós temos que aumentar o nível de uso da força”, diz.

“Temos atuado, inclusive, para que possamos evitar o que é intitulado de efeito ‘marisol’, que é o efeito causado por aquele carro que atropelou várias pessoas em São Paulo. Nós não queremos isso aqui no nosso Estado. Portanto, é respeitado o direito de ir e vir de todos. Mas toda e qualquer pessoa que se sentir prejudicada de alguma forma pode acionar a Polícia Militar para que haja a interferência. A polícia só não pode tirar à força as pessoas que estão nas calçadas manifestando, isso em qualquer situação, sob quaisquer bandeiras”, comenta o militar. 

Trânsito

Os motoristas que tentam passar pela via enfrentam congestionamentos. Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que tem atuado para melhorar o fluxo de veículos nas imediações e que agentes estão no local para viabilizar as operações. A PBH também informa que a população que precisa trafegar pelo local pode acompanhar as informações atualizadas pelo Twitter da BHTrans.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) também foi procurada pela reportagem para entender se há alguma medida adotada em apoio aos comerciantes, mas a entidade não se posicionou até o fechamento desta reportagem.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas