Intervenções no trânsito da avenida Silva Lobo são interrompidas pela BHTrans

As intervenções no trânsito na avenida Silva Lobo, importante via da região Oeste de Belo Horizonte, e imediações foram interrompidas pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) após moradores e comerciantes apontarem problemas nas mudanças. As alterações vinham sendo realizadas como medida compensatória de empreendimento comercial em operação na esquina de avenida Amazonas com Silva Lobo. Ontem, o assunto foi discutido em audiência pública de Belo Horizonte.

Conforme o vereador Preto (DEM), que convocou a reunião, as mudanças surpreenderam os moradores. Ele explica que a medida compensatória do empreendimento, onde estão instalados o Supermercados BH e a Telhanorte, era a revitalização do viaduto da Silva Lobo. Entretanto, o que vinha ocorrendo eram alterações no trânsito. Conforme o vereador, as intervenções foram feitas sem consulta aos cidadãos.

Um dos pontos que gera preocupação é que a alteração no trânsito prevê zonas de estacionamento proibido na avenida Silva Lobo, o que pode afastar as pessoas do comércio local. Na avaliação de moradores e empreendedores, as medidas vão beneficiar o Supermercados BH e a Telhanorte, melhorando o acesso a esses empreendimentos, mas trará prejuízos para a maioria das pessoas que vivem e trabalham nos arredores. O Supermercados BH e o grupo Telhanorte foram procurados pela reportagem, mas não deram retorno até o fechamento desta edição.

Conforme informações da Câmara, pelo atual percurso, os motoristas seguem no sentido Prado-Calafate para pegar a avenida Silva Lobo. Com a mudança de itinerário, seguirão da rua Platina em direção à avenida Campos Sales, rua Junquilhos, rua Marajó e avenida Silva Lobo, no sentido Prado, atingindo a rua João da Cunha.

Gerente da Agência Caçula, revendedora de automóveis que fica na avenida Silva Lobo, Mauro Veiga participou ontem da audiência na Câmara. Segundo ele, as medidas propostas pela BHTrans trazem uma série de prejuízos à região, como risco ao trânsito, desvalorização de imóveis e prejuízos aos comerciantes.

Morador da região há 40 anos, o engenheiro e físico Ricardo Martins aponta que uma das propostas prevê mudar a mão de direção da rua João da Cunha. Hoje, é autorizado descer a via, que é bastante íngreme. Segundo ele, caso seja autorizado a subida de na João da Cunha, será criada uma situação de risco. Além disso, ele aponta que o movimento de veículos de cargas na via, que é local, não é permitido.

O vereador Preto informou que vai requerer da prefeitura o projeto detalhado do empreendimento em questão. Com o documento em mãos, uma comissão da Câmara irá verificar todos os dados e se as medidas compensatórias são suficientes.

Segundo a BHTrans, como ações mitigadoras do impacto do empreendimento, o Relatório de Impacto à Circulação (RIC) apresentou projeto com o objetivo de melhorar as condições de circulação e resolver a questão da conversão à esquerda da avenida Silva Lobo para a rua Turquesa e o binário (ruas com circulação em sentidos opostos) da rua Turquesa com ruas João da Cunha e Cuiabá, no bairro Prado. De acordo com a BHTrans, a proposta foi apresentada em reunião da Comissão Regional de Transportes e Trânsito Oeste.