Economia

Invest BH vai atrair empreendimentos e tem modelo estrangeiro

Agência de desenvolvimento reúne terceiro setor de MG
Invest BH vai atrair empreendimentos e tem modelo estrangeiro
Reunião ontem na CDL/BH reuniu vários setores da sociedade para conhecerem modelo | Crédito: Alessandro Carvalho

Para que Belo Horizonte e cidades do colar metropolitano possam diversificar os setores produtivos, foi criada recentemente a Invest BH. O programa do terceiro setor, que visa fomentar e promover a atração de investimentos, está na fase de amadurecimento e de definição do seu modelo de atuação. Ontem, representantes da sociedade civil e empresários reuniram-se na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL /BH) para conhecer uma metodologia ainda pouco usual no País, já com foco para janeiro de 2023. 

Desenvolvida pela agência TSX Invest, e com inspiração em um  modelo metodológico do Banco Mundial, o plano propõe a criação de estratégias para cinco áreas: inteligência de investimentos; facilitação de investimentos; defesa de causa, inovação e promoção de território. 

O CEO da TSX Group, Paulo Eduardo Pinto enfatiza que, a partir da metodologia, o objetivo é estabelecer uma interlocução com stakeholders para avançar com as estratégias: “Temos como parâmetros fundamentais a necessidade de modelagem da agência Invest BH para garantir uma maturidade institucional e o engajamento existente na região para o tema do desenvolvimento e para focarmos a atração de investimentos”.

Dentro da aferição do processo de modelagem, os próximos passos compreendem uma série de estratégias: alinhamento de ações estratégicas; criação de ambiente de negócios; diagnóstico mercadológico e também a definição e estruturação de um conselho. 

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A partir da metodologia apresentada, os empresários participantes  terão que contribuir, nos próximos dias, com respostas para a construção de diagnóstico, avaliando características em relação ao cenário atual de negócios da Capital. As respostas servirão como um estudo para as definições do perfil da referida agência. A apresentação oficial da Invest BH ao mercado tem previsão já para em janeiro do próximo ano. 

De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Thiago Toscano, a medição vai ser fundamental para que essa agenda de modelagem esteja formatada até o fim do ano. “O nosso objetivo com essa medição é entrar em janeiro de 2023 com CNPJ, orçamento e a constituição executiva da agência. Essa fase vai levar um período de até dois meses para a sua estruturação e o início do trabalho da governança por definição dos setores prioritários para atração de investimentos. Devemos trabalhar com players de 700 setores produtivos existentes”, esclarece Toscano.

“Estamos contando com uma metodologia do que há de mais moderno no mundo hoje para agências de desenvolvimento. Obviamente, a Invest BH tem um jeito mineiro de ser que preservamos para trazer inovações e novos processos de atração de parceiros para Belo Horizonte. São tantos os setores que são viáveis para sustentar esse desenvolvimento, o qual contribuirá muito para o futuro da cidade”, detalha o Investment Officer da TSX, Virgílio Silva.

À frente da CDL/BH, entidade que tem atuado como propulsora em apoio à Invest BH, o presidente Marcelo de Souza e Silva enfatiza que é desafio da agência não somente atrair investimentos para a Capital, mas reter os negócios instalados. “Quando nós olhamos para os bairros, temos um Barreiro carente de promoções em investimentos. Temos também uma Savassi cada vez diminuindo mais seu poder econômico. Precisamos nos unir para mudar essa realidade”, diz.

Para Thiago Toscano, a partir do momento em que são definidos critérios e métodos, a agência tem um papel fundamental em diversificar atuações. “Por mais que essa metodologia seja muito técnica, isso não quer dizer que vamos deixar de trabalhar com os setores prioritários. Pelo contrário, a partir de uma definição dos setores, sejam eles serviços, indústria, inovação, tecnologia ou outros, vamos chegar a uma estratégia bem definida de promoção”, completa.

Interessado nas articulações e nos próximos passos da Invest BH, o diretor presidente da Andrade Gutierrez, Renato Faria avalia que o networking provocado pelo processo tem um impacto importante para fomento da economia local. “Vemos aí grandes empresas que saíram daqui e foram para outros Estados. Porém, Belo Horizonte tem toda capacidade e potencial para trazer empresas como de moda, por exemplo. Minas Gerais já foi frequentadíssima por conta do setor de moda e hoje não é mais.  E  temos também vários outros setores que podem ser fomentados por aqui. Temos que trabalhar juntos.  A Andrade Gutierrez vai participar para estruturar projetos e trazer para Minas investimentos importantes”, adianta o executivo.

A secretária-adjunta de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Kathleen Garcia Nascimento, observa que a iniciativa do Invest BH é um movimento que estimula a reflexão sobre o papel de cada indivíduo na sociedade. “Quando a sociedade se une e traça o caminho que ela quer projetar e para onde quer ir, isso naturalmente faz com que esse grupo defina os passos e não fique a mercê de um grupo político. Na verdade, a sociedade é quem deve decidir e é ela que desenha aonde se quer chegar. Tenho muito apreço pelo que está sendo desenhado,  que é um modelo mais liberal, trazendo para o centro o agente de mudanças. Isso é muito poderoso e vai representar uma transformação enorme para Belo Horizonte”, pontua.

Para o desenvolvimento e fortalecimento da agência Invest BH, há apoios de ativos institucionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), assim como da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), da CDL/BH e de outras entidades. 

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