Investimento supera compra em pesquisa da FCDL-MG

Na hora de escolher entre poupar ou comprar, os consumidores mineiros estão preferindo focar nos investimentos. No entanto, essa opção não está ganhando com folga. De acordo com a Pesquisa de Intenção de Consumo de dezembro, feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), enquanto 50,9% dos entrevistados preferem investir, os outros 49,1% já pensam em encher os carrinhos no fim de ano.
O economista da entidade, Vinícius Carlos, aponta que um cenário econômico melhor contribui para que tantas pessoas pensem em consumir. “Podemos citar, como exemplo, os juros e a inflação que estão baixos, os prazos maiores de crédito para os consumidores, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Pis/Pasep. Além disso, há também o décimo terceiro (salário)”, salienta.
Tudo isso, destaca ele, soma-se ao apelo emocional do Natal, quando os lojistas focam os esforços em torno dessa celebração, o que gera um estímulo às vendas.
Cautela – Apesar desse cenário e de muitas pessoas se demonstrarem abertas a consumir, há também, ainda, certa cautela por outro lado, conforme destaca o economista e os próprios números da entidade.
“O fato de todas as reformas ainda não terem sido realizadas não trouxe para a economia um ritmo mais forte de crescimento, que seria capaz de gerar mais emprego e renda”, salienta ele.
Preferências – Quando o assunto é o que os consumidores mais pretendem comprar neste fim de ano, a liderança vai para as roupas, que são a preferência de 15,7% dos entrevistados. Logo depois, vêm os gastos em supermercados e hipermercados (14,6%), com brinquedos (10,1%), viagens/pacotes (9%), móveis e decoração (7,9%), calçados (6,7%), perfumes e cosméticos (6,7%), eletrodomésticos (5,6%), artigos esportivos (3,4%), automóveis (3,4%), farmácia/medicamentos (3,4%), joias e acessórios (3,4%), autopeças (2,2%), eletrônicos (2,2%), smartphones/celulares (2,2%), computadores/notebooks (1,1%), eletroportáteis (1,1%) e materiais de construção (1,1%).
Como os gastos com a alimentação têm um peso muito grande entre as pessoas, porém, pode ser que esse quadro se modifique um pouco ainda graças à disparada do preço da carne. Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o custo do contrafilé subiu 50% para o segmento e o do coxão mole, 46%. Isso em menos de três meses. “O aumento nos valores de bens de primeira necessidade reflete no consumo de outros produtos, que pode reduzir”, destaca o economista da FCDL-MG.
Entre os que pretendem aplicar o dinheiro, a poupança lidera a preferência, com 51,3%, seguida por fundos de investimento (15,4%), tesouro direto (12,8%), previdência (10,3%), ações (7,7%) e capitalização (2,6%).
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