Investimentos da Copasa somam R$ 556 milhões no primeiro trimestre

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) investiu R$ 543,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 45,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a companhia aportou R$ 372,4 milhões. O total investido pela empresa no período sobe para R$ 556,7 milhões quando são incluídos as inversões da sua subsidiária, a Companhia de Saneamento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Copanor).
A companhia de saneamento estatal fechou os primeiros três meses do ano com um lucro líquido de R$ 428,5 milhões, resultado 21,9% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2024 – R$ 351,6 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 813,5 milhões, alta de 16,1% na comparação ano a ano. Com margem de 43,3%, esse Ebitda foi o maior da história da empresa para um trimestre.
Com previsão de investir R$ 17 bilhões até 2029, a Copasa tem quebrado recordes anuais nos aportes para melhoria dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário desde 2019. O montante investido em janeiro, fevereiro e março deste ano, inclusive, corresponde ao mesmo valor investido durante todo o ano de 2019.
O diretor financeiro e de Relação com Investidores da companhia, Adriano Rudek de Moura, destaca que o programa de investimentos, aprovado pelo Conselho de Administração da empresa, ainda estima mais R$ 2 bilhões de aportes neste ano, o que, junto ao investido no primeiro trimestre, totalizará cerca de R$ 2,5 bilhões em 2025. Para o próximo ano, os investimentos previstos no cronograma da empresa são de R$ 3,5 bilhões.
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Os aportes da companhia visam, sobretudo, atender à meta do Marco Legal do Saneamento de universalização do serviço de esgotamento sanitário, com 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até 2033. Em março, o índice de cobertura para esgoto coletado e tratado da companhia, em sua área de abrangência, registrou 78,2%. Em relação à meta de abastecimento de água, a estatal já superou o índice determinado pela nova legislação.
“Os investimentos podem ter concentrações e sazonalidades durante o ano. É mais ou menos linear, vai ser um pouco nessa parte, vai aumentar um pouquinho, enfim, temos que gastar, por trimestre, uns R$ 600 milhões para chegar aos R$ 2 bilhões restantes”, calcula Rudek. “Talvez a gente aumente um pouco mais em algum trimestre específico, para chegar nos dois bilhões a mais que faltam”, completa.
Copasa reduz índice de inadimplência
A receita líquida de água, esgoto e resíduos sólidos da Copasa somou R$ 1,86 bilhão no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 10,2% em relação ao resultado do mesmo período do ano passado. Rudek explica que a receita trimestral foi impactada pelo reajuste tarifário de 6,42%, vigente desde janeiro deste ano, e do aumento de 4% no volume medido de água e de 4,4% no volume medido de esgoto durante o período.
Os custos e as despesas da companhia totalizaram R$ 1,22 bilhão nos três primeiros meses do ano, frente ao montante de R$ 1,15 bilhão registrado no primeiro trimestre de 2024. Descontadas as depreciações, o diretor financeiro destaca que o crescimento das despesas foi de 4,7%, resultado abaixo da inflação registrada no ano passado. Já a dívida líquida da Copasa alcançou R$ 5,37 bilhões em março deste ano.
Além disso, em março deste ano, o índice de inadimplência da Copasa atingiu a marca de 2,86%. Foi o menor índice da história da empresa e consolida uma trajetória de queda da taxa como uma das menores dos últimos anos. Em março de 2024, a taxa foi de 3,03%.
O diretor financeiro da companhia avalia que os resultados no primeiro trimestre animaram a empresa, principalmente em relação à capacidade da Copasa em gerar caixa suficiente para conseguir atender às metas do Marco do Saneamento. “Somos bem otimistas com relação a esses avanços internos, que nos dão mais capacidade de investimentos e isso, no fundo, acaba retornando para o consumidor de alguma forma, melhorando a qualidade, atendimento, enfim, esse é o nosso grande foco nos próximos anos”, ressalta Rudek.
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