IPCA-15 desacelera, mas acumula alta de 5% no ano na RMBH

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA -15), que mediu a variação de preços entre a última quinzena de junho e a primeira quinzena de julho em relação à última quinzena de maio e primeira de junho deste ano constatou que a inflação nos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte teve aumento de 0,56% no período.
Mas se levado em conta as variações mensuradas nos doze meses, por este índice, a inflação acumulada entre julho de 2020 e julho de 2021 foi de 9,26%, na RMBH, ocupando o sexto maior lugar no ranking das 11 áreas analisadas por este tipo de pesquisa e superando o índice acumulado de inflação nacional contabilizada neste mesmo período, que registrou aumento de 8,59%.
O indicador é mensurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o coordenador da pesquisa em Minas, Venâncio Otávio Araújo da Mata, em relação ao resto do País, a inflação constatada na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi a terceira menor registrada na variação mensal (julho), ficando à frente apenas dos índices mensurados no Rio de Janeiro, que teve um variação de 0,52%, e em Brasília, em cujos preços aumentaram 0,38%.
“Na verdade, este aumento de 0,56% representa uma pequena desaceleração inflacionária na RMBH, uma vez que o IPCA-15, registrado em junho passado, alcançou o índice de 0,74%. Já o índice acumulado da inflação nesta região nos primeiros sete meses deste ano chegou a 5,03%”, afirmou.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Diferença
A pesquisa que mede o IPCA-15, conforme Mata, difere do IPCA geral que é pesquisado mensalmente em 16 áreas. Neste contexto, o IPCA-15, que investiga a variação de preços em 11 áreas do País, aponta uma tendência inflacionária.
Entre as áreas que sofreram maior aumento inflacionário segundo o IPCA-15 estão Curitiba, que, conforme este indicador, registrou inflação de 1,19%, Recife, cujo indicador de inflação chegou a 0,86%, e Porto Alegre, cuja variação alcançou 0,84%. O índice geral de aumento do IPCA-15 de julho nacional ficou em 0,72%.
Ainda conforme o coordenador da pesquisa, o fato de que Minas Gerais tenha registrado um dos índices mais baixos de inflação não quer dizer que exista uma tendência à deflação no Estado.
“O que aconteceu é que cada área analisada registrou reajustes diferentes dos que foram praticados em Minas Gerais. Mas para haver deflação teríamos que ter uma queda significativa de vários itens, ou daqueles mais consumidos pela população, como energia, por exemplo”, afirmou.
Os vilões
A mensuração do IPCA-15 de julho, feita pelo IBGE, indicou que os itens que mais pressionaram a inflação foram habitação e transporte. Segundo Venâncio Otávio Araújo da Mata, que coordenou a pesquisa na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a variação nos itens levados em conta para o cálculo do aumento na habitação cresceu 1,54%.
Segundo Mata, os itens relacionados à habitação que tiveram reajuste foram energia elétrica, cujos preços cresceram 3,10%, e a bandeira tarifária vermelha 2, com aumento de 52%. Os reajustes no valor dos aluguéis, que variaram 0,99%, e do preço do gás, que cresceu 1,18%, também fizeram parte desse índice.
“Ao todo o aumento de 1,54% nos ítens de habitação impactaram 0,22 ponto percentual no aumento de 0,56% registrado na RMBH”, afirmou.
A segunda variação de preços que teve maior impacto no IPCA-15 da RMBH foi causada pelos reajustes nas passagens áreas, que aumentaram 40,53%, impactando 0,12 ponto percentual no valor total do IPCA-15 da RMBH. Os combustíveis, que ficaram 0,31% mais caros, impactaram 0,03 ponto percentual, e o aumento no valor dos automóveis usados, que foi de 1,26%, impactou 0,02 ponto percentual.
O valor da alimentação e das bebidas também se manteve em alta, alcançando 0,14%. Esse indicador foi baseado nos reajustes nos preços do leite longa vida, que aumentaram 1,76%, dos preços dos produtos panificados, que tiveram alta de 1,26%, e das carnes, que estão 1,11% mais caras.
Preços em queda
Entre os principais produtos que contribuíram para a desaceleração da inflação na RMBH estão os planos de saúde, com redução de 1,29% decorrente de determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para a diminuição de 8,19% no valor cobrado dos conveniados, provocando a queda de 0,05 p.p no valor geral do IPCA-15 registrado em julho de 2021.
Também foram registradas quedas nos preços da cebola (-22,64%), da batata inglesa (-11,04%) e das frutas (-2,34%). “O que se pode sugerir neste momento é que a população tente economizar energia e dê preferência aos alimentos da estação, que, geralmente, apresentam preços mais baixos”, aconselhou.
País tem maior alta para o mês desde 2004
Brasília – A prévia da inflação oficial brasileira desacelerou em julho, mas ainda assim teve a maior alta para o mês desde 2004, com a energia elétrica e a gasolina mantendo a pressão sobre os preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu em julho 0,72%, após alta de 0,83% no mês anterior, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, o avanço do índice chegou a 8,59%, contra alta acumulada de 8,13% em junho e bem acima da meta do governo para este ano – 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Os resultados ficaram acima da expectativa da Reuters, de altas de 0,64% no mês e de 8,50% em 12 meses. (Reuters)
Ouça a rádio de Minas