Economia

IPCA-15 da Grande BH teve aumento de 0,25% em dezembro

Alimentos e transportes foram os que mais contribuíram com o aumento
IPCA-15 da Grande BH teve aumento de 0,25% em dezembro
Segundo especialistas, é um bom momento porque houve trégua na evolução da inflação | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve aumento de 0,25% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O resultado coloca a Grande BH em sexto lugar entre as 11 áreas que fazem parte da pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os setores que tiveram mais alta acumulada foram os de alimentação e bebidas (22,08%) e transportes (19,62%). O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, aponta que nesta época do ano é normal que estes grupos tenham elevação.

“Temos um caráter bastante sazonal. Quando a gente olha para a composição de alimentação e bebidas, grande parte do aumento está associado a frutas, verduras, legumes e hortifrutis, que está associado ao efeito maior das chuvas, maior nesta região que no restante do Brasil e, por isso, temos um preço maior de alimentação”, afirmou.

Produtos como banana prata (18,01%), mamão (14,73%), cebola (9,60%) e mandioca (7,94%) lideraram as elevações de preços na RMBH. Outros itens, como batata inglesa (4,44%), macarrão (3,36%) e diferentes cortes bovinos, como músculo (3,70%), chã de dentro (3,32%), alcatra (3,07%), patinho (2,96%) e costela (2,91%) também estão entre os 20 que mais tiveram aumento de preços.

Já no setor de transportes, os preços do etanol (4,88%) e da gasolina (1,55%) reverberaram em aumentos no transporte por aplicativos (6,42%) e nos ônibus interestaduais (5,19%), mas o que teve maior efeito, segundo Silva, foi o transporte aéreo. “O grande peso foi em passagens aéreas, o que está associado ao período de festas, final de ano e férias escolares em geral”, ressaltou.

Em contraposição, os grupos de artigos de residência (-0,58%) e habitação (-0,36%) seguraram uma variação ainda mais acentuada.

A energia elétrica teve queda de 1,03%, impacto decorrente da mudança da bandeira tarifária, que passou para amarela em dezembro, quando ocorre uma cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 quilowatt (kW) consumidos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já anunciou que em janeiro de 2026 a bandeira tarifária voltará a ser verde, quando não há nenhum custo adicional na conta de luz devido ao volume de chuvas que reforçou os reservatórios.

Alguns alimentos também contribuíram para que o aumento fosse mais tímido. Neles destaca-se o tomate (-16,97%), cenoura (-11,33%), leite longa vida (-6,17%) e óleo de soja (-4,15%), além de arroz (-2,95%) e picanha (-2,70%).

Isak Carlos Silva alega que normalmente a Grande BH costuma adiantar cenários que o Brasil vai passar e que, seguindo essa lógica, a tendência é de que os preços de alguns componentes caiam no Brasil.

“É a primeira vez, desde 2023, que o IPCA-15 da RMBH vai encerrar abaixo do que a gente observa no Brasil no ano. Nos sinaliza que temos uma descompressão de preços que está por vir também no Brasil”, afirmou

O País também teve um aumento de 0,25% na prévia de dezembro. Contudo, no acumulado dos últimos 12 meses a variação nacional foi de 4,41%, enquanto a da RMBH foi de 3,98%.

“O Banco Central estipulou a meta para a inflação em 3,00%. O limite máximo definido é de 4,50% e o mínimo de 1,50%. Desta forma, se o IPCA seguir o mesmo comportamento definido pelo IPCA-15, a inflação de 2025 deverá encerrar o ano, tanto no Brasil, quanto na Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentro da meta definida pelo limite máximo”, disse a economista da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio), Gabriela Martins.

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