Economia

IPCA-15 registra alta de 0,27% em abril na RMBH

Região metropolitana registrou a menor variação do IPCA-15 em abril entre as 11 áreas pesquisadas pelo IBGE
IPCA-15 registra alta de 0,27% em abril na RMBH
Os preços dos alimentos permanecem sob pressão de baixa, já que o Brasil experimenta um boom agrícola | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

A prévia da inflação do mês de abril apresentou uma nova elevação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Dessa vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15)  avançou 0,27%. É o que revelam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem (26).

O índice da Grande BH foi o menor resultado mensal entre as 11 áreas analisadas. Já a variação acumulada em 12 meses fechou em 2,67% na região metropolitana da Capital, a segunda menor na pesquisa.

Para o coordenador do curso de ciências econômicas do Ibmec de Belo Horizonte, Ari Franco de Araújo, o agente que mais contribuiu para essa inflação mais baixa na região foi o componente de sazonalidade. Esse mesmo agente influenciou na alta entre os meses de janeiro e fevereiro, mas acabou causando uma inversão nesse processo no último mês.

“Há alguns meses atrás, um ou dois meses atrás, tínhamos uma inflação um pouco mais alta por componentes sazonais associados a alimentos e agora a situação se inverteu”, relata.

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Ele conta que é possível observar quedas importantes em alimentação e bebidas, alimentação em casa e domicílio e em alguns legumes, como o tomate.

Entre os grupos de produtos e serviços, os destaques positivos na variação mensal foram Alimentação e bebidas, com redução de 0,51%, e Artigos de residência, que apresentou uma deflação de 0,47%. 

Por outro lado, Transportes (1,16%) e Saúde e cuidados pessoais (0,85%) foram os grupos com as maiores elevações no indicador do mês de abril. Já a Educação (6,33%), Habitação (4,94%) e Comunicação (4,15%) foram os grupos de produtos e serviços que apresentaram as maiores inflações no ano.

Franco de Araújo explica que esse resultado obtido em abril não é o suficiente para indicar uma desaceleração da inflação, já que existem outros itens que acabaram sofrendo com elevações, como é o caso dos vestuários que apresentaram um aumento nos preços de 0,34% devido ao período de inverno.

Ele ainda destaca como uma importante preocupação para os próximos meses o preço do transporte público, que já impactou a inflação na RMBH nos últimos dois meses e pode impactar novamente no futuro.

Cenário Nacional

No cenário nacional, a variação mensal foi de 0,57% e a variação acumulada em 12 meses foi de 4,16%. Franco de Araújo afirma que a média está muito próxima do valor estimado: “No caso do Brasil, a gente olha as pesquisas e o valor estipulado é em torno de 0,6% e veio 0,57%, ligeiramente abaixo”.

O coordenador também explicou que esse comportamento da inflação neste mês não levará a uma redução na taxa de juros no País. Na visão de Franco de Araujo, dificilmente haverá uma movimentação do Banco Central nesse sentido, já que a trajetória de inflação não sofreu grandes mudanças que pudessem implicar em uma redução da taxa de juros.

Além disso, ele destaca a questão da política fiscal do governo, que está tentando emplacar uma nova regra orçamentária. “De qualquer forma, a gente tem muita dúvida em relação aos efeitos dessa regra, o que em última instância significa que talvez ainda não há espaço para uma redução da taxa de juros em um futuro próximo”, conclui.

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