Economia

IPCA-15 sobe 0,29% na Grande BH; região tem maior inflação acumulada do País

A inflação registrada na região ficou acima da média nacional, que foi de 0,19%
IPCA-15 sobe 0,29% na Grande BH; região tem maior inflação acumulada do País
Foto: Alessandro Carvalho

Puxado pela alta dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou avanço de 0,29% em agosto deste ano.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação registrada na região ficou acima da média nacional, que foi de 0,19%.

A variação foi a quarta maior do País, ficando atrás de Recife (0,50%), Fortaleza (0,48%) e Porto Alegre (0,35%).

O aumento da inflação ocorreu, principalmente, pela alta dos preços do grupo transporte, educação e artigos de residência. O maior impacto veio do grupo de transporte, que registrou variação de 1,43% em relação a julho, puxada pela alta dos preços dos combustíveis, sobretudo o etanol, que avançou 5,59% na região metropolitana de Belo Horizonte. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Com o resultado de agosto, o IPCA-15 da RMBH registra alta de 4,35% no acumulado do ano, sendo o maior índice das regiões apuradas, maior também que a média nacional (3,02%).

Nos últimos 12 meses, de acordo com os dados do IBGE, a inflação ficou ainda maior, ao registrar 5,76%, também a maior de todo o País. A média nacional para os últimos meses foi de 4,35%.

Conforme os dados do IBGE, na RMBH, dos nove grupos pesquisados, oito apresentaram inflação. O maior deles foi transporte (1,43%), artigos de residência (0,58%) – puxado pelos equipamentos de eletrônica e informática –, habitação (0,31%) e educação (0,28%).

O economista Gabriel Ivo diz que o desempenho era esperado e ressalta que tanto a gasolina (4,55%) quanto o botijão de gás (1,4%) são itens que vêm aumentando nos últimos meses e “impactam diretamente o IPCA”, afirmou.

Análise: o que faz a inflação acumulada em BH ser a maior do Brasil?

Na análise do economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, os fatores para a região de Belo Horizonte ter a maior inflação acumulada do País são diversos e vão de fatores macro a microeconômicos. 

Na visão macro, ele explica que o País está com a atividade econômica aquecida, e mais ainda Minas Gerais. De acordo com ele, especialmente nos setores de serviços, que são os que se associam à alta de preços. Nesse cenário, os empresários precisam pagar salários mais altos para atrair a mão de obra, aumentando o rendimento das famílias. 

“Com economia e mercado de trabalho aquecidos, nós temos o crescimento do rendimento médio real. As pessoas estão ganhando mais, trabalhando mais, e a taxa de desemprego muito baixa. Isso significa mais consumo e por isso nós temos uma variação de preços aqui que é significativa. A capital mineira não tem muito mais espaço para crescimento sem gerar pressão inflacionária”, diz.

Analisando os fatores microeconômicos, ao observar essa diferença entre Minas Gerais e o restante do Brasil, Silva explica que a região metropolitana de Belo Horizonte possui fatores locais associados à alta dos preços de combustíveis, que está maior do que em Minas e no restante do País.

“Além disso, temos uma questão de estrutura de mercado que é de dependência de alguns produtores específicos e que está associado à estrutura de custos de um modo geral de produção”, afirma.

Ele lembra sempre do período pós-pandemia de Belo Horizonte, que foi a primeira cidade a fechar e a última cidade a reabrir. “Isso significa que nós temos prejuízos a serem recuperados pela população local”, diz o economista.  

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas