Economia

IPCA-15 tem alta de 1,13% na RMBH em dezembro

IPCA-15 tem alta de 1,13% na RMBH em dezembro
Crédito: Pilar Olivares

Os alimentos continuam puxando a alta dos preços ao longo do tempo. Nesse cenário, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), prévia do indicador mensal, apresentou um aumento de 1,13% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em dezembro na comparação com novembro.

O número verificado neste mês é o sexto maior resultado tendo em vista as 11 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na variação acumulada em 12 meses, a RMBH apresentou o terceiro maior resultado entre as áreas de abrangência do estudo, com alta de 4,69%.

Diante desse quadro, o grupo de alimentação e bebidas apresentou crescimento de 2,38%, o que gerou um impacto no índice geral de 0,51 pontos percentuais (p.p.). Os itens que mais apresentaram incremento nesse grupo foram a banana-prata (30,45%), a banana d’água (24,70%), a batata-inglesa (18,86%), a maçã (11,69%) e o mamão (11,50%). Já do lado das quedas, ficaram o tomate (-22,32%) e a manga (-21,51%).

“Os números estão mostrando algo que a gente já vem percebendo: o grupo que mais tem contribuído para a alta, principalmente no segundo semestre, é o da alimentação, sobretudo em domicílio. As pessoas estão fazendo mais refeições em casa, mesmo com o distanciamento social sendo um pouco mais flexibilizado nos últimos meses”, afirma a analista do IBGE, Luciene Longo.

Além desse fator, explica ela, a alta do dólar e o aumento das exportações também têm contribuído para o aumento dos preços.

Habitação – Depois do grupo de alimentação e bebidas, a maior alta em dezembro em relação a novembro foi verificada em habitação (1,9%). O incremento foi puxado pela energia elétrica residencial (3,73%), o que gerou um impacto de 0,17 p.p., sendo este o maior impacto individual. A taxa de água e esgoto apresentou um incremento de 1,97%, impactando o índice em 0,04 p.p.

O grupo formado por artigos de residência, por sua vez, apresentou um avanço de 1,32%, sendo que os mobiliários tiveram um incremento de 2,76%, com maior destaque para os móveis para quarto (3,32%).

Já os transportes, por sua vez, apresentaram um crescimento de 1,16%, com aumento de 29,89% das passagens aéreas e impacto individual no índice de 0,11 p.p. “As passagens aéreas tiveram um aumento muito expressivo, o que é algo normal em todo fim de ano. É um aumento sazonal”, afirma Luciene Longo.

Ainda dentro do grupo transportes, houve avanços também do transporte por aplicativo (8,91%) e do etanol (3,76%).

A pesquisa do IBGE também mostrou que o grupo educação apresentou queda no mês de dezembro na comparação com novembro, de 0,46%. A retração foi puxada principalmente pelos subitens pré-escola (-2,86%), livro não didático (-2,41%) e ensino superior (-1,11%).

Inflação deve ficar acima do centro da meta

São Paulo – Os alimentos mantiveram a prévia da inflação brasileira sob forte pressão em dezembro, indicando que a alta dos preços encerrará o ano pouco acima do centro da meta do governo e com a taxa acumulada mais elevada em quatro anos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 1,06% em dezembro, de 0,81% em novembro, no resultado mensal mais alto desde junho de 2018 (1,11%), informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o índice acumulou nos 12 meses até dezembro avanço de 4,23%, de 4,22% em novembro. O resultado fica pouco acima do centro da meta para este ano, que é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Além disso, a taxa acumulada no ano é a mais alta desde 2016, quando foi de 6,58%, e ficou bem acima do aumento de 3,91% do IPCA-15 verificado em 2019.

Os resultados ainda ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 1,18% no mês e de 4,35% em 12 meses.

O ano de 2020 começou com o cenário de preços fracos, intensificado pelas paralisações e isolamento para contenção do novo coronavírus.

Entretanto, em meados do ano os preços passaram a apresentar repique, com os alimentos entrando em destaque no final do ano em meio às exportações, fortalecimento do dólar, auxílio emergencial e também a flexibilização das medidas de isolamento.

Em dezembro, o IPCA-15 mostra que a maior variação e maior impacto ficaram, novamente, com o grupo Alimentação e bebidas, com alta no mês de 2%, embora tenha desacelerado de 2,16% em novembro.

A alta foi impulsionada pelo aumento dos alimentos para consumo no domicílio (2,57%), com destaque para carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%). O grupo foi o que mais subiu em 2020, acumulando em 12 meses alta de 14,36%, a maior para um ano desde 2002, quando subiu 18,11%.

Também se destacou em dezembro o avanço de 1,50% do grupo de habitação, depois de alta de 0,34% no mês anterior, com a energia elétrica disparando 4,08% devido ao retorno da bandeira vermelha patamar 2.

Apenas vestuário apresentou queda dos preços em dezembro, de 0,44%, depois de alta de 0,96% em novembro, com recuo nos preços das roupas masculinas (-0,99%), femininas (-0,60%) e infantis (-0,03%).

Juros – O Banco Central encerrou o ano de 2020 com a taxa básica de juros na mínima histórica de 2%, mas destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não subir a Selic podem em breve não estar mais satisfeitas, ainda que isso não signifique que a taxa será mecanicamente elevada.

O BC vem ainda mantendo a avaliação de que os choques atuais ligado à inflação deverão ser passageiros, ao mesmo tempo em que prevê retomada mais lenta no mercado de trabalho e na volta à normalidade após as restrições impostas pela pandemia do coronavírus, projetando crescimento da economia de 3,8% em 2021. (Reuters)

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