IPCA cai 0,16% e tem primeira deflação desde setembro de 2022

No mês de julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma redução de 0,16% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Essa foi a primeira deflação na Grande BH desde setembro do ano passado, quando o indicador caiu 0,35%. Os dados foram divulgados sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice para a RMBH foi o menor resultado entre as 16 áreas pesquisadas no levantamento. A capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande (-0,12%), e a Grande São Paulo (-0,02%) também registraram variações negativas no período. Em contraste, a região metropolitana de Porto Alegre (0,53%) apurou a maior inflação, enquanto o IPCA nacional encerrou julho com alta de 0,12%.
“De maneira geral, o resultado apresentou um comportamento parecido com relação ao restante do Brasil, principalmente no que diz respeito à alta da gasolina. O produto subiu 3,70% na Grande Belo Horizonte, mas a média no País ficou um pouco acima (4,79%), e isso ajuda a explicar por que a região teve deflação”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.
“No lado negativo, a energia elétrica residencial caiu na Grande Belo Horizonte, 4,30%. E o grupo de Alimentação e bebidas teve uma redução de 0,48%. A peculiaridade da região se dá justamente no impacto do ônibus urbano. Houve uma diminuição nos preços das passagens de ônibus em Belo Horizonte, e por isso o subitem registrou queda de 17,5%, sendo o principal impacto individual (-0,30 ponto percentual) sobre o IPCA de julho”, complementou.
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Cinco grupos apresentaram deflação, enquanto quatro tiveram inflação
Como mencionado pelo responsável do IPCA, o recuo tarifário do transporte público na capital mineira foi o principal impulsor da deflação registrada na RMBH. A tarifa ficou mais de dois meses em R$ 6,00, porém voltou a ser R$ 4,50 no dia 8 de julho. A redução, que aliviou o bolso dos passageiros, ajudou o grupo Transportes a apresentar uma retração de 0,18% no período.
Além da queda das passagens, os subitens seguro voluntário de veículo (-3,72%), automóvel usado (-0,60%) e transporte por aplicativo (-4,38%) colaboraram para a categoria e o índice geral registrarem reduções. Por outro lado, o encarecimento da gasolina, conforme ressaltado por Almeida, e o aumento de preços do emplacamento e licença (2,97%), passagem aérea (6,87%) e etanol (2,42%) não permitiram que a deflação da Grande BH fosse ainda maior.
Também assinalado pelo gerente do estudo, a diminuição do custo de energia elétrica impactou fortemente o resultado. Essa queda do subitem ainda fez com que o item Habitação (-1,21%) tivesse a maior variação negativa dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados.
Outro grupo que registrou recuo foi Alimentação e bebidas, puxado pela redução dos preços da batata-inglesa (-10,11%), feijão-carioca (-7,07%), queijo (-3,71%), carnes (-1,08%), leite longa vida (-1,81%) e aves e ovos (-2,27%). Em contrapartida, a banana-prata (12,15%), banana d’água (15,96%), cenoura (12,34%) e mamão (5,81%) foram alguns subitens que encareceram em julho.
Ainda de acordo com o IPCA, as categorias Comunicação (-0,33%) e Vestuário (-0,29%) também apresentaram deflações. Já os grupos Despesas pessoais (0,63%), Saúde e cuidados pessoais (0,55%), Artigos de residência (0,54%) e Educação (0,24%) registraram aumentos.
IPCA acumula alta de 3,30% no ano e 3,49% nos últimos 12 meses
Com o resultado de julho, o IPCA da RMBH alcançou uma inflação de 3,30% em 2023, a terceira maior entre as regiões de abrangência do levantamento. A Grande Porto Alegre (3,36%) e a capital do Sergipe, Aracaju (3,52%), acumulam índices maiores. No Brasil, a alta foi de 2,99%.
Em compensação, a inflação da Grande BH nos últimos 12 meses atingiu 3,49%, o quinto menor resultado do País. Somente Campo Grande (3,29%), a capital do Maranhão, São Luís (1,80%), e as regiões metropolitanas de Fortaleza (2,97%) e Recife (3,31%) acumulam índices menores. Nesta base comparativa, a média nacional acumulada chegou a 3,99%.
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