Economia

IPCA da RMBH sobe 0,39%, puxado pela alta do preço da gasolina

Inflação desacelera mesmo com o retorno da cobrança dos impostos federais sobre a gasolina
IPCA da RMBH sobe 0,39%, puxado pela alta do preço da gasolina
Média da gasolina foi de 5,67 reais o litro | Crédito: Marcelo Casal Jr/ABr

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o medidor oficial da inflação brasileira, subiu 0,39% em março na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com o resultado, o indicador acumula alta de 2,04% no ano e 3,31% nos últimos 12 meses. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A gasolina encareceu 7,29% no mês e foi quem mais contribuiu para a variação final, com impacto individual de 0,35 pontos percentuais (p.p.). Como consequência, o grupo de transportes, teve aumento de 1,42% e influenciou o IPCA da região em 0,28 p.p.

“A gasolina tem um peso forte no índice por ser um produto com um consumo considerável no orçamento das famílias”, afirma o coordenador da pesquisa em Minas Gerais, Venâncio da Mata. “O aumento do preço foi proveniente da volta da cobrança dos impostos federais. A cobrança estava suspensa e foi retomada agora em março”, explica.

O coordenador ainda destaca a elevação de 4,43% da energia elétrica residencial, cujo impacto foi de 0,15 p.p. E os aumentos da manga (28,63% e 0,02 p.p.); cenoura (21,01% e 0,02 p.p.); mamão (16,02% e 0,03 p.p.); ovo de galinha (9,22% e 0,03 p.p.) e hospedagem (4,25% e 0,03 p.p). Segundo ele, estes foram os principais responsáveis pela alta do IPCA. 

Já entre os grupos, habitação (0,86%); despesas pessoais (0,86%); saúde e cuidados pessoais (0,66%); comunicação (0,58%), vestuário (0,24%) e educação (0,11%) também apresentaram encarecimento nos preços. Enquanto isso, os segmentos de alimentação e bebidas (-0,97%) e artigos de residência (-0,25%) tiveram deflação no período. 

Seguro de veículos puxa desaceleração do IPCA frente a fevereiro

Apesar da inflação de 0,39% no mês passado, o IPCA da Grande BH desacelerou 0,42 p.p. em relação a fevereiro, quando o resultado foi uma alta de 0,81%. “Essa desaceleração foi provocada principalmente pela queda do seguro voluntário de veículo, que caiu 13,68% em março”, ressalta da Mata. O barateamento do item impactou o indicador em -0,14 p.p.

Outros produtos que contribuíram para o recuo entre os períodos foram a maçã (-28,64% e -0,11 p.p.); banana-prata (-23,60% e -0,10 p.p.); batata-inglesa (-18,88% e -0,07 p.p.) e passagens aéreas (-8,83% e -0,04 p.p.). Além do gás de botijão (-2,00% e -0,03 p.p.); tomate (-10,17% e -0,04 p.p.); óleo de soja (-8,33% e -0,04 p.p) e cebola (-13,97% e 0,02 p.p.).

A desaceleração fez com que o IPCA da RMBH fosse o segundo menor resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE, atrás somente de Fortaleza (0,35%). O maior foi o de Porto Alegre (1,25%). Nacionalmente, o indicador fechou o mês com alta de 0,71%

Inflação acumulada se aproxima do centro da meta para este ano

Em relação ao acumulado do ano, o índice da Grande BH, de 2,04%, também ficou abaixo do indicador nacional (2,09%), mas foi apenas o oitavo menor entre todas as regiões estudadas. Abaixo ficaram: Vitória (2,70%); Salvador (2,36%); Porto Alegre (2,24%); Aracaju (2,23%); São Paulo (2,20%); Belém (2,12%); Goiânia (2,12%) e Curitiba (2,08%).

O coordenador do IBGE salienta que o IPCA acumulado da RMBH já se aproxima do centro da meta da inflação para 2023, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “Se a gente considerar que foi apenas o terceiro mês do ano e o acumulado já está em 2,04%, sendo que o centro da meta é 3,25%, já estamos nos aproximando”, ressalta. 

Índice de custos da construção civil cai 0,02% em Minas Gerais

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medidor do custo da construção no Brasil, caiu 0,02% em março e apurou o segundo mês seguido de queda em Minas Gerais. Apesar do recuo, o indicador acumula alta de 2,04% no ano e 3,31% nos últimos 12 meses. Os dados são do IBGE e foram elaborados em parceria com a Caixa Econômica Federal. 

Conforme o levantamento, o custo da construção, por metro quadrado, encerrou o terceiro mês de 2023 em R$ 1,637,79. Do montante, R$ 991,49 foram referentes aos materiais e R$ 646,30 à mão de obra. O resultado do Estado ficou abaixo do nacional, que após subir 0,20%, chegou a R$1.689,13, sendo R$ 1.002,60 relativos aos materiais e R$ 686,53, à mão de obra.

Vale lembrar que os recentes aumentos do custo da construção têm impactado significativamente o mercado imobiliário mineiro. A comercialização de novos apartamentos em Belo Horizonte e Nova Lima, por exemplo, retraiu em 2022, tendo a elevação como uma das justificativas. O encarecimento também está inviabilizando o desenvolvimento de novos empreendimentos no Estado, influenciando negativamente as projeções do setor hoteleiro.

Na comparação com as outras unidades da Federação, o custo da construção em Minas Gerais foi o 11º menor. Na ponta do ranking esteve Santa Catarina (R$ 1.906,27), com Rio de Janeiro (R$ 1.836,58) e Acre (R$ 1.814,78) na sequência. O custo mais baixo foi do Sergipe (R$ 1.488,23), seguido por Alagoas (R$ 1.518.63) e Pernambuco R$ 1.535,79).

Em uma análise regional, o Sul do País foi quem teve o custo mais elevado (R$ 1.772,25). Em seguida, ficaram o Sudeste (R$ 1.741,96), Centro-Oeste (R$ 1.727,96), Norte (R$ 1.726,36) e Nordeste (R$ 1.569,86). Quanto à variação mensal, as regiões tiveram alta de 0,43%, queda de 0,01%, queda de 0,02%, alta de 0,04% e alta de 0,51%, respectivamente.

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