Economia

IPCA registra alta de 0,83% na Grande Belo Horizonte

IPCA acumula alta de 5,58% no primeiro semestre
IPCA registra alta de 0,83%  na Grande Belo Horizonte
Inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 11,38% na Grande BH, segundo o IBGE | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Não deu nem para comemorar. Depois de dar uma folga em maio, quando registrou uma variação de 0,27%, a inflação acelerou na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho foi de 0,83%, impulsionado principalmente pelo aumento no preço do leite longa vida, que foi de 13,96%.

“O leite tem um peso grande no orçamento das famílias. Para este aumento de quase 14%, concorreram a entressafra e também os custos de produção, como a ração, que também aumentaram”, observa o Coordenador do IPCA no IBGE Minas, Venâncio Otávio Araújo da Mata.

O índice de inflação para a RMBH representou o terceiro maior resultado mensal entre as 16  áreas pesquisadas. No País, a variação mensal foi de 0,67%. A variação nos seis primeiros meses de 2022 foi de 5,58%, já bem distante do centro da meta definida pelo governo para o ano, de 3,5%. A variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 11,38% na RMBH, o quarto menor resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa, e de 11,89% no Brasil.

De acordo com o coordenador do IPCA em Minas, os grandes vilões do primeiro semestre foram a gasolina, alimentação e bebidas. “A gente mede o peso dos produtos no consumo das famílias e elas utilizam carros a gasolina. O óleo diesel tem um peso menor, porque o aumento não impacta o índice instantaneamente e nem na mesma proporção, depende muito do tipo de frete, por exemplo”, explica.

No IPCA de junho na RMBH, o grupo de Vestuário apresentou o maior aumento percentual, 1,42%, principalmente por causa das roupas, que tiveram uma alta de 1,77%. “Temos observado esse aumento já há alguns meses e atribuímos também aos custos de produção, que estão sendo repassados em meio a uma demanda maior, já que as pessoas voltaram a sair, a frequentar festas e, consequentemente, a comprar roupas”, conta o pesquisador.

A seguir, vem o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (1,35%), em que o destaque foi o plano de saúde (2,94%), com um impacto de 0,10 pontos percentuais no cálculo do IPCA. O resultado é consequência do reajuste de até 15,50% para os planos individuais, autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio, com vigência a partir de maio de 2022 e cujo ciclo se encerra em abril de 2023. Nesse sentido, foram apropriadas no IPCA de junho as frações mensais referentes aos meses de maio e junho.

O resultado no grupo de Alimentação e Bebidas (1,12%) foi influenciado  principalmente pelo aumento do leite longa vida, maior impacto individual do mês. Destacaram-se também os aumentos do mamão (23,20%), banana-d’água (17,44%) e do feijão-carioca (11,12%).

A inflação aumentou também nos grupos Habitação (0,78%), Despesas Pessoais (0,66%), Transportes (0,55%), Comunicação (0,38%), Artigos de Residência (0,32%) e Educação (0,18%). No grupo de Transportes (0,55%), continuam em alta as passagens aéreas (20,95%), o seguro voluntário de veículos (7,75%), o óleo diesel (5,70%) e o conserto de automóvel (1,99%).

Para o coordenador do IPCA, os aumentos nas passagens aéreas têm a ver com a retomada das viagens e o consequente repasse dos custos de produção, em especial o querosene de aviação. Os preços no setor ficaram contidos durante a pandemia, diante da redução da demanda, e agora estão sendo corrigidos. 

“A mesma coisa aconteceu com a alimentação fora do domicílio que aumentou 1,61%. O lanche ficou 2,19% mais caro e a refeição, 1,64%, impactando o índice em 0,04 e 0,05 pontos percentuais, respectivamente”, informa Mata.

Itens em queda

No lado das quedas, o destaque foi para a cenoura (-22,31%), a cebola (-14,46%) e a batata-inglesa (-6,81%). No grupo transportes, houve redução dos preços do etanol (-7,68%) e da gasolina (-0,86%). No grupo Habitação, houve alta de 0,78%, que decorreu principalmente da energia elétrica (1,65%), com reajuste de 5,66%, que passou a valer a partir da última semana de junho. 

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