IPCA sobe 0,54% depois de 3 meses de deflação

Após três meses consecutivos de queda, a inflação voltou a subir na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). É o que aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apresentou aumento de 0,54% em outubro de 2022. O novo resultado veio após quedas de 0,29% em setembro, de 0,36% em agosto e de 0,68% em julho.
Em decorrência desse índice, a RMBH ocupou o sétimo menor resultado mensal entre as dezesseis áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No País, a variação mensal foi de 0,59%. Já a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,07% na RMBH – o segundo menor resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa – e de 6,47% no Brasil.
O levantamento do IBGE apurou que a maior variação entre os grupos de atividades ficou para o segmento de vestuário, com 1,37% frente a setembro deste ano, que também registrou alta, porém de 1,42% na RMBH. Houve aumento nos preços das roupas em 1,40%, contribuindo no índice com 0,05 ponto percentual (p.p.).
“Esse resultado está relacionado ainda a uma demanda reprimida do período de isolamento da pandemia. Além disso, a falta de matérias-primas como o algodão e aumento nos fatores de custos como energia elétrica fazem com que haja aumento no valor final das roupas”, avalia o gerente do IBGE responsável pela pesquisa, Pedro Kislanov.
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Já o aumento no grupo de alimentação e bebidas (1,06%) impactou o índice geral de outubro em 0,24 p.p. O resultado deve-se principalmente aos aumentos do tomate (37,43%); da batata-inglesa (30,09%); do mamão (15,57%); da cebola (13,40%) e dos panificados (1,30%), com impactos de 0,08p.p., 0,08p.p., 0,02p.p., 0,02p.p., e 0,03p.p., respectivamente. Do lado das quedas, destacaram-se a banana prata (-9,08%) e o leite longa vida (-3,89%), com impacto no índice de -0,04p.p., cada um.

Segundo Kislanov, a época do ano acaba interferindo na produção desses insumos. “Com a época de chuvas, algumas safras ficam prejudicadas, o que eleva o preço do produto, como o tomate. Porém, do lado inverso, o leite registrou uma retração significativa, justamente também por conta da estação, que acaba beneficiando o pasto”, explica.
O grupo de transportes também registrou aumento de 0,43%, influenciado principalmente pelo aumento das passagens aéreas (32,74%), com impacto de 0,17 p.p. – o maior impacto individual positivo do mês. Do lado das quedas, destacaram-se a gasolina (-1,39%) e o transporte por aplicativo (-7,59%%), impactando o índice em -0,07p.p e -0,02 p.p., respectivamente.
Em saúde e cuidados pessoais (1,01%), as maiores contribuições vieram do perfume (4,95%) e dos planos de saúde (1,45%), com impactos de 0,04 p.p. e 0,05 p.p., respectivamente. Já em comunicação (-0,63%), os destaques foram para a retração do plano de telefonia móvel (-2,59%), impactando o índice em -0,04p.p. e o aumento do plano de telefonia fixa (10,36%), com impacto de 0,03p.p.
A alta dos preços também se fez presente no grupo de despesas pessoais (0,60%) e educação (0,18%). Já entre os que registraram baixa, estão: comunicação (-0,63%), habitação (-0,21%) e artigos de residência (-0,10%).
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