Economia

Boletim de Conjuntura Econômica do Ipead é nova ferramenta para ajudar o desenvolvimento de Minas

Instrumento vai trazer análises dos principais indicadores da economia e como eles afetam o dia a dia da sociedade
Boletim de Conjuntura Econômica do Ipead é nova ferramenta para ajudar o desenvolvimento de Minas
Lançamento Boletim Conjuntura Econômica do Ipead. Foto: Rodrigo Moinhos / Diário do Comércio

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead) acaba de lançar o Boletim de Conjuntura Econômica, que visa apresentar aspectos econômicos e sociais no âmbito de Minas Gerais, do Brasil e do mundo. O lançamento, em parceria com Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), foi realizado na sede da entidade nessa quinta-feira (27) para uma plateia de professores, economistas e pessoas que atuam no setor.

Segundo o presidente da Fundação Ipead, Fabrício José Missio, a ideia é que o Boletim de Conjuntura Econômica seja uma ferramenta de debate, para que seja possível, a partir dos indicadores, escolher as melhores opções para o crescimento e para o desenvolvimento do Estado. “Havia uma carência em relação a esse tipo de instrumento, que carrega uma mensagem, com informações para o cidadão também poder entender as definições que estão sendo tomadas, como isso reflete nos indicadores econômicos e nos indicadores sociais”, explica.

“A ideia do boletim é ser de fácil acesso, a linguagem é bastante simples e estamos tentando simplificar um pouco as análises para que todo mundo tenha entendimento, em grandes linhas, dos principais indicadores da economia e de como isso afeta o dia a dia de todos nós. Na economia é tudo conectado, então não tem como fazermos uma análise, por exemplo, só de Belo Horizonte sem conectar isso com o cenário externo. O boletim vem estruturado no que também está acontecendo no mundo e como isso impacta a economia brasileira e, principalmente, em Minas”, destaca.

Para a presidente do Corecon-MG, Carolina Rocha Batista, o lançamento na sede do Conselho representa a força dos economistas na retomada sobre o debate técnico. “É um momento muito importante para a economia de Minas Gerais e do Brasil com mais esse instrumento que vem trazendo informações econômicas de fácil acesso e entendimento não apenas para os mineiros, mas para todos os economistas do País. Além disso, reforça a discussão econômica e técnica no Estado”, comemora.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, por conta da agenda, não compareceu ao evento, mas enviou um vídeo comemorando o lançamento. “Trata-se de um instrumento fundamental para compreendermos melhor os cenários e os indicadores econômicos que impactam Minas e o Brasil. No meu governo, a economia mineira saiu de um estado de calamidade para voltar a crescer, depois que retomamos a confiança dos investidores e começamos a atrair grandes projetos, grandes empresas para o Estado”, afirma.

Zema também relembrou que, recentemente, Minas Gerais ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão no Produto Interno Bruto do Estado (PIB) e obteve crescimento em todas as áreas da economia, com destaque para a agropecuária, a construção civil e indústria. “Junto a essas conquistas, pela primeira vez na história, os valores das exportações do agronegócio ultrapassaram os valores da mineração. Um resultado que mostra como estamos diversificando a nossa economia. Tenho certeza que, com o apoio de instituições como o Ipead e o Corecon-MG, vamos seguir fazendo a economia de Minas crescer, gerando emprego, renda e mais oportunidades para todos”, reforçou.

Relações internacionais trazem desafios para conjuntura em Minas

Durante o lançamento do Boletim Conjuntura Econômica do Ipead, o professor de Política Internacional e Comparada do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dawisson Belém Lopes, ministrou palestra sobre a Conjuntura Política Internacional, apresentando uma radiografia do momento, que é particularmente turbulento.

“Há muita indefinição em várias áreas e uma dessas áreas é a economia, naturalmente. Por isso a abordagem desses elementos, dessa ordem emergente. A partir da identificação desses elementos, vou construir um quadro, um horizonte mais amplo que nos permita alguns saltos, algumas inferências sobre o que está reservado para Minas Gerais”, explica.

Na avaliação de Lopes o grande desafio para Minas Gerais neste momento é se posicionar como Estado, uma unidade federativa importante, com a segunda maior população do Brasil, um colégio eleitoral sempre fundamental nas eleições presidenciais, mas que hoje tem que tomar decisões em relação aos rumos do comércio exterior, aos parceiros preferenciais para investimentos.

“Acredito que temos que ser mais inovadores, mais originais do que fomos até agora e vamos ter que aprender a fazer a cooperação externa da unidade federativa, essa diplomacia dos estados, se quisermos nos beneficiar desse momento das relações internacionais. Minas Gerais vai se colocar em algum momento diante de escolhas difíceis, como, por exemplo, parcerias. Entre avançar com a China ou insistir nas velhas parcerias com a Europa e Estados Unidos, esse é o tipo de dilema que Minas Gerais enfrentará muito em breve”, conclui.

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