Açaí, sorvete e sanduíche: itens de alimentação para o Dia das Crianças não escapam da inflação

Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M, do FGV IBRE) acumulou elevação de 4,26% nos últimos 12 meses, a cesta dos itens de alimentação mais procurados para o Dia das Crianças subiu em média 2,15% no mesmo período.
Mesmo com o nível geral de preços seguindo em trajetória de desinflação, principalmente os bens duráveis, a cesta de 22 produtos e serviços mais procurados para o Dia das Crianças, apresentou inflação, porém abaixo da média.
O cenário poderia ser ainda melhor se não fosse a cesta de serviços, que por sua vez aumentou 3,63% em média, nos últimos 12 meses, com destaque para aqueles itens relacionados à alimentação que são consumidos no Dia das Crianças.
De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), Matheus Dias, os serviços de alimentação continuam a contribuir significativamente na alta, mesmo em um cenário em que diversos setores apresentaram desinflação.
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“A conjuntura atual do setor de serviços ainda é de desaceleração mais resistente do que os demais, a exemplo de bens duráveis que registraram quedas mais acentuadas. Com isso, mesmo em um cenário de desinflação de alimentos, a dinâmica de resiliência dos serviços acaba tornando mais lento o processo de repasse”, explica o economista.
Saiba quais itens de serviços mais puxaram a inflação:
- sucos de fruta (7,92%) estão entre os serviços de alimentação com maior aceleração,
- seguido pelo açaí (6,69%),
- sanduíches (4,67%)
- e sorvetes (5,05%).
Itens de lazer também tiveram elevação, a exemplo de clubes de recreação (4,36%) e teatro (3,67%).
Já quando se fala em presentes, a cesta dos 11 produtos mais tradicionais registrou queda de 1,58% em 12 meses. Esse número se deve, sobretudo, às quedas de preço de diversos bens duráveis, como celulares (-3,54%), aparelho de som (-2,31%) e computadores e periféricos (-0,25%).
Segundo Dias, esse é o efeito do aperto monetário iniciado em 2021. “A manutenção da taxa de juros em patamar elevado teve como principal resultado a retração no consumo desses produtos, que são mais sensíveis ao crédito”, avalia.
O economista ainda destaca que a maior parte dos bens semiduráveis da cesta contribuíram com queda nos preços.
Veja alguns itens que ajudaram a segurar a inflação
- calçados infantis (-3,72%),
- roupas infantis (-2,64%)
- e bonecas (-0,28%).
Entretanto, itens como livros (4,04%) e artigos esportivos (1,57%) registraram alta. “A conjuntura exige cautela, pois apesar dos principais produtos da cesta de presentes sofrerem queda nos últimos 12 meses, há outros itens de consumo mais frequentes que fazem parte dos gastos familiares que estão em tendência de aceleração”, afirma o economista.
Confira os itens e suas respectivas Var.% acumuladas

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