Iveco vai fabricar 98 blindados em Minas
A Iveco Defense Vehicles (IDV) confirmou que irá fornecer as novas viaturas blindadas de combate ao Exército Brasileiro. As unidades serão produzidas na planta da IDV em Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais. O contrato de cerca de 900 milhões de euros, algo em torno de R$ 5 bilhões, para a compra de 98 veículos deve ser assinado no dia 5 de dezembro.
O modelo a ser fornecido será o Centauro II, que é fabricado pelo consórcio italiano Iveco-Oto Melara (CIO), formado pelas empresas Iveco Veículos de Defesa e Leonardo.
O modelo, que é considerado um dos melhores de padrão internacional da atualidade, venceu a disputa derrotando o General Dynamics Land Systems (LAV 700) e os chineses da Norinco (ST-1 BR).
“O Exército Brasileiro, por meio do Comando Logístico (Colog) / Diretoria de Material (DMat), classificou o sistema Centauro II 120 mm do Consórcio Iveco-Oto Melara (CIO) em 1º lugar dentro do processo de aquisição da nova Viatura Blindada de Cavalaria Média Sobre Rodas”, explicou, em nota, a IDV.
Ainda segundo a IDV, o blindado Centauro II é um sistema 8×8 sobre rodas equipado com armamento de 120 mm.
“O Centauro II representa o que há de melhor no setor em termos de potência, observação, mobilidade, ergonomia, desempenho de tiro, comunicação e proteção da guarnição. O sistema será produzido na planta da IDV em Sete Lagoas/MG”.
A princípio, a estimativa é fornecer os dois primeiros veículos dentro de seis meses.
Atualmente, o Brasil também possui com a Iveco o desenvolvimento dos blindados Guarani, principalmente para transporte de pessoal, que são viaturas de tração 6×6 e com armamentos de menor alcance e poder de fogo, de 30 mm.
Inaugurada em 2013, a planta da IDV em Sete Lagoas conta com uma estrutura de 30 mil metros quadrados, sendo 18 mil metros quadrados de área coberta (produção e logística).
A unidade mineira foi a primeira a fabricar produtos de defesa fora da Europa. O primeiro nacional foi a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP-MR), mais conhecido como Guarani, fruto da parceria da empresa com o Exército Brasileiro.
Testes
Em nota enviada ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o Exército explica que o contrato que será assinado no dia 5 “trata-se, na verdade, apenas do Contrato Inicial com as condições de entrega de duas amostras, com previsão atual de chegada no Brasil entre fevereiro e março de 2024”.
Outro trecho do comunicado diz que não haverá desembolso financeiro algum neste momento, estando o mesmo condicionado à aprovação das amostras nos testes de avaliação técnica e operacional a serem conduzidos pelo Centro de Avaliação do Exército (CAEx).
“A previsão atual de finalização dos testes é maio de 2024. Destaca-se que é condição obrigatória a aprovação nos testes para a assinatura do Contrato Principal e de Offset”.
O valor total dos 98 veículos em um horizonte de 15 anos (até 2037) é estimado em cerca de R$ 3,3 bilhões, porém condicionado à disponibilidade orçamentária anual, segundo o Exército.
“Por se tratar de um contrato cujo valor supera o limite de US$ 50 milhões, conforme estabelecido em legislação específica, haverá acordo de compensação ao País, em princípio no mesmo valor total de contrato”, destaca outro trecho da nota.
O desenho do futuro acordo contratual “trará dividendos ao País” em termos de capacidades, potencial para geração de empregos e ganhos pela Base Industrial de Defesa (BID) como, por exemplo, a previsão da montagem do veículo no País, aponta.
“Como principal aspecto positivo na área de Offset, está a transferência de tecnologia e capacidade fabril para as fábricas da IMBEL, a qual terá capacidade de incrementar suas plantas produtivas e produzir a munição 120mm no País, constituindo-se em outra fonte de dividendos para a BID”, conclui o Exército.
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