Economia

Jaguar Mining fechará barragem Turmalina

Jaguar Mining fechará barragem Turmalina
Crédito: Jair Campos Jr / Captura Imagem

A Jaguar Mining, empresa de mineração e exploração de ouro com presença em Minas Gerais, anunciou o início do processo que resultará no fechamento da barragem Turmalina, localizada em Conceição do Pará, na região Oeste do Estado. Os investimentos iniciais para o descomissionamento do reservatório são avaliados em R$ 20 milhões, sendo que toda a execução do projeto deve demandar custos de R$ 38 milhões.

Segundo o gerente de engenharia da Jaguar Mining, Rafael Bueno, a desativação da barragem Turmalina, que já não recebe rejeitos desde 27 de setembro, ocorre em decorrência do tempo de vida útil do dispositivo, que já não comporta o recebimento de resíduos, além da própria visão de sustentabilidade da empresa, que pretende descomissionar outras três barragens: Paciência (Itabirito), RG2W (Caeté) e Moita (Caeté), sendo que a última já se encontra em processo de fechamento e será desativada até 2025.

Ainda segundo Bueno, a primeira etapa consiste na regularização de toda a elevação da barragem, processo no qual os rejeitos de classe 1, que atualmente ocupam a parte superior da barragem, serão cobertos por rejeitos de classe 2. A classificação dos resíduos, definida pela Norma Brasileira 10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, estabelece que os resíduos de classe 1 representam algum grau de periculosidade enquanto os de classe 2 são considerados não perigosos.

Os investimentos iniciais também envolvem a adequação do vertedouro, responsável pela vazão, por exemplo, da água da chuva: “Nós fizemos estudos hidráulicos e hidrológicos para assegurar que a barragem irá suportar até mesmo precipitações deca milenares”, afirma Bueno. Além disso, a etapa inicial envolve a impermeabilização de toda a parte superior do reservatório, de 130 mil metros², com geomembrana, material impermeável utilizado para contenção de rejeitos.

Rejeitos em pilhas

Conforme explica o gerente de engenharia da Jaguar Mining, hoje, a maior parte dos rejeitos (97%) derivados das atividades da empresa, que anualmente produz cerca de 95 mil onças de ouro, já é alocada em pilhas após o processo de filtragem.

“Todo processo de beneficiamento de minério gera os resíduos, que são compostos basicamente por água e materiais sólidos. No passado, as mineradoras criavam um maciço e depositavam os resíduos. E pensando na sustentabilidade, eu filtro esse material e reduzo a unidade. Assim, eu consigo dispor o rejeito em pilhas”, explica Bueno, que lembra, ainda, que a disposição dos rejeitos que está sendo revista não impacta a operação da planta mineradora.

A segunda etapa do projeto de fechamento da barragem Turmalina, prevista para 2022 e 2023, concentrará esforços no retorno da área do reservatório ao meio ambiente a partir da implementação de solo orgânico no local e o plantio de grama.

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