Economia

Jaguar Mining testa minério extraído de depósito em Minas Gerais

Ensaio foi realizado na planta metalúrgica do complexo de mineração Turmalina (MTL), em Conceição do Pará
Jaguar Mining testa minério extraído de depósito em Minas Gerais
Planta de beneficiamento da unidade de mineração da Jaguar realizou o processamento do material durante cinco dias | Crédito: Divulgação Jaguar Mining

A Jaguar Mining, produtora brasileira de ouro com operações em Minas Gerais, obteve resultados promissores em um teste industrial de processamento de minério oriundo do desenvolvimento do depósito de Faina, em Conceição do Pará.

O ensaio foi realizado na planta metalúrgica do complexo de mineração Turmalina (MTL), situado no mesmo município da região Centro-Oeste do Estado. A unidade abrange a mina de ouro Turmalina, a usina de processamento, três depósitos secundários (Pontal, Zona Basal e o próprio Faina) e o projeto Onças de Pitangui.

Conforme explica a gerente-geral do complexo MTL, Roberta Cristina Oliveira, a ideia do teste industrial era aproveitar o minério de Faina para replicar, industrialmente, os testes feitos anteriormente em laboratório e necessários para confirmar a viabilidade de um depósito. O ensaio utilizou o processo de lixiviação direta, um método bastante empregado na indústria de extração de metais preciosos.

“É um processo que usa um reagente para separar o ouro do minério. Dependendo da metalurgia desse minério, a lixiviação pode ser não tão eficiente quanto outros processos ou, às vezes, pode necessitar de processos complementares”, esclarece.

A planta de beneficiamento da unidade de mineração da Jaguar realizou o processamento do material durante cinco dias de operação na área de Faina.

Apesar do minério extraído no local ser altamente resistente aos processos convencionais de lixiviação, os resultados iniciais foram positivos e superaram as expectativas da empresa. Isso porque, mesmo sendo um material bastante refratário, a mineradora conseguiu recuperar o ouro presente no minério.

O teste industrial confirmou a viabilidade do processo de lixiviação direta e ainda forneceu insights sobre o consumo de reagentes necessários à extração do ouro.

Próximos passos envolvem novos testes industriais, diz empresa

A gerente afirma que reproduziram uma das rotas previstas em laboratório e que mais testes industriais serão realizados nos próximos meses para refinar os métodos e ampliar o conhecimento sobre o comportamento do minério de Faina na planta metalúrgica. O objetivo é identificar a rota de processamento mais eficiente para maximizar a recuperação de ouro e aumentar a produção da mineradora.

“Ao longo de 2024, vamos continuar com os testes à medida que avançamos no nosso desenvolvimento, para conhecermos mais as características do minério de Faina, conseguirmos otimizar processos e incrementar a recuperação metalúrgica”, diz.

Primeira lavra do projeto Faina ocorreu em setembro

Em desenvolvimento desde 2022, Faina é um novo corpo minerário subterrâneo na mina Turmalina, no complexo MTL. A primeira lavra da área, feita em setembro, também gerou bons resultados, conforme a gerente-geral. Os recursos do projeto serão atualizados com as métricas de 2024 no primeiro trimestre do ano que vem.

“Faina apresenta características tanto geológicas quanto metalúrgicas totalmente diferentes dos minérios de Turmalina”, diz Roberta Cristina Oliveira.

“Em um primeiro momento, pensamos que teríamos dificuldade apenas no beneficiamento, mas vimos que temos um longo caminho a percorrer na mina subterrânea, porque os minérios possuem um design distinto de Turmalina”, afirma.

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