Jaguar inicia ações preparatórias para voltar a produzir na Mina Turmalina, interditada em 2024

A Jaguar Mining iniciou, no último sábado (9), a preparação para retomar as atividades na Mina Turmalina, localizada em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. As operações no local foram paralisadas em dezembro do ano passado, após um rompimento na pilha de rejeitos/estéril sólidos, nomeada Satinoco.
Os trabalhos em andamento começaram depois de a empresa receber tanto um aval da Agência Nacional de Mineração (ANM) para realizá-los quanto um alvará da prefeitura. A mineradora disse que o reinício produtivo está previsto para o primeiro trimestre de 2026.
Segundo a Jaguar, as ações preparatórias autorizadas pela autarquia federal incluem o desenvolvimento de uma rota de acesso secundária para os depósitos de minério Faina e C-8, juntamente com modificações importantes no sistema de ventilação da mina. As medidas não abordam diretamente a estabilidade da pilha, mas são essenciais para o cumprimento dos pré-requisitos de segurança necessários para a retomada gradual da produção.
O alvará emitido pela administração municipal também permite a preparação de Turmalina antes do reinício das operações. A licença é válida por três meses, podendo ser renovada por mais três meses, em apoio ao plano de trabalho em curso, conforme informou a companhia.
Paralelamente à preparação, a Jaguar disse, em comunicado, que está finalizando um termo de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O documento inclui uma auditoria técnica independente para confirmar a segurança da mina, bem como um pagamento para encerrar a única ação civil pública remanescente relacionada ao incidente ocorrido em Conceição do Pará da qual a mineradora diz ter conhecimento.
Embora as atividades de mineração em pleno funcionamento ainda não estejam autorizadas, essas iniciativas marcam um progresso significativo em direção à retomada das operações em Turmalina, segundo a empresa. Para o CEO da companhia, Luis Albano Tondo, o aval da ANM e o alvará da prefeitura demonstram uma estrutura regulatória bem coordenada e em fases que permitem iniciar os trabalhos essenciais de segurança e preparação da mina.
“Este é um marco importante em nosso processo estruturado e contínuo. Com as atividades preparatórias na mina em andamento e após a conclusão e a confirmação independente da reabilitação de Satinoco, esperamos que a ANM retire as suspensões restantes, permitindo a retomada segura e completa das operações de mineração”, afirmou.
Entenda o que levou a paralisação da operação
Em 7 de dezembro de 2024, a Jaguar identificou um desmoronamento na parede norte da pilha de Satinoco, que consiste em rejeitos filtrados empilhados a seco e estéril. Como consequência, a ANM interditou e suspendeu imediatamente as atividades em Turmalina.
O rompimento parcial da estrutura impactou parte da infraestrutura da mina e fez com que cerca de 85 famílias do entorno do empreendimento fossem obrigadas a ir para acomodações temporárias. Não houve relatos de feridos ou vítimas fatais.
Com o incidente, o MPMG entrou com a ação civil pública que a Jaguar pretende encerrar em breve. Além disso, a empresa fechou acordos com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), em março, para pagamento de cerca de R$ 57 milhões em indenizações individuais, e com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em julho, para pagamento de uma multa da ordem de R$ 60 milhões.
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