Economia

Setor de joias de Minas Gerais estima fechar ano com crescimento de 5% nas vendas

Ouro e dólar dão perspectiva de retomada em 2024
Setor de joias de Minas Gerais estima fechar ano com crescimento de 5% nas vendas
Crédito: Adobe Stock

O segmento de joias estima terminar o ano de 2023 com um crescimento de 5% na demanda, segundo Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG). Com efeitos do preço recorde do ouro e queda do dólar, o setor mantém expectativa de estabilização ou crescimento para o próximo ano.

Manoel Bernardes, conselheiro do Sindijoias-MG, conta que a demanda cresceu lentamente ao longo do ano. A percepção política do desempenho econômico tem influência no número e valor das vendas. “A percepção da política se torna positiva, ela vai interferindo positivamente, senão provoca um refluxo das vendas. Não há que se ter uma expectativa exagerada para o ano que vem, nem para esse momento. A economia não está tendo um desempenho ainda tão grande assim. É um crescimento moderado”, disse.

No fim deste ano, Bernardes aponta que o interesse dos consumidores tem foco em peças de valor médio menor em comparação com 2022. “Isso é um pouquinho em função do momento da turbulência que a gente vive hoje nesse ano fiscal. Então, as pessoas têm procurado produtos que contenham esse simbolismo de valor da joia, muito importante. Mas não há um crescimento no valor médio dos produtos, eles estão estáveis”, completa.

Ouro e dólar afetam expectativas

Nas últimas semanas, uma matéria-prima essencial do segmento bateu recorde: o ouro. Manoel Bernardes explica que este fato sempre afeta negativamente o setor, que tem uma boa parte dos produtos baseado no custo do metal. Mas ele pondera que a queda do dólar pode compensar essa alta.

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“O dólar tem caído discretamente, mas tem caído. Então, isso tem ajudado a compensar um pouquinho essa questão do aumento do ouro. E para o ano que vem, todos os indicadores dizem que o ouro vai se manter nesse nível recorde, porque numa economia complexa, com poucas opções, o ouro sempre foi um porto seguro, e é por isso que a cotação dele está crescendo”, pontua Bernardes.

Com previsão de estabilidade e até mesmo pequena queda da moeda americana no próximo ano, além de compensar a alta do ouro, o conselheiro do sindicato mantém expectativas de que o setor joalheiro tenha uma retomada. Principalmente pelo valor agregado dos artigos.

“Aos poucos vai retomando esse interesse para uma série de produtos. Os produtos de luxo sempre têm uma reserva de valor. Isso cria um interesse e nunca perde uma porcentagem significativa do seu valor, apesar do tempo. É um dos motivos pelos quais as joias permanecem sempre como área de interesse para o consumidor”, finaliza.

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