Junta Interventora prepara novo modelo de gestão para o Complexo Hospitalar em Contagem

Um Serviço Social Autônomo (SSA), no formato pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, paraestatal, de interesse coletivo e utilidade pública, com prazo de duração indeterminado, sede e foro em Contagem.
Esse é o modelo proposta pela Junta Interventora para a gestão do Complexo Hospitalar a partir de novembro. Esse modelo é o mesmo usado com sucesso na gestão do Hospital Metropolitano (Célio de Castro) e na Associação das Pioneiras Sociais – Rede Sarah Kubitschek.
A substituição do IGH pelo SSA está prevista para novembro deste ano, coincidindo com o término da Intervenção e do contrato do Instituto com o município é diferente de uma Organização Social (OS). O SSA é instituído por lei, enquanto a OS se dá por iniciativa particular. Outra diferença é que a SSA tem prazo indeterminado de funcionamento, enquanto a OS tem que participar de novos processos de chamamento público a cada cinco anos.
Intervenção
A intervenção foi decretada pela Prefeitura de Contagem há três meses. Nesse período a Junta Interventora já conseguiu muitos avanços, entre eles, o pagamento de mais de 700 médicos, a negociação com 80% dos fornecedores, a reposição de suprimentos e medicamento, a compra e a manutenção de equipamentos estratégicos, além de reforma nas instalações e compra de mobiliário.
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Principais avanços
Insumos – Com a suspensão do pagamento os fornecedores deixaram de abastecer o Complexo Hospitalar de Contagem com vários itens estratégicos, como curativos, material para uso em UTI e para exames de imagem, material de limpeza, entre outros.
Depois da intervenção decretada pela Prefeitura de Contagem, mais de 80% das dívidas foram negociadas. Com isso, os insumos foram restabelecidos de forma que a população pudesse ser atendida de maneira satisfatória.
Medicamentos – Assim como no caso dos insumos, os medicamentos também faltaram no hospital. Um exemplo simples: a população que necessitava algum atendimento no Complexo Hospitalar de Contagem não conseguia antibióticos, pois a antiga gestão deixou de fazer os pagamentos com esses fornecedores.
Após a intervenção, com a negociação feita pela Junta Interventora, os fornecedores de medicamentos tiveram suas dívidas negociadas e os remédios voltaram a ser entregues ao Complexo Hospitalar.
Pagamento dos médicos – A antiga gestão do Complexo Hospitalar de Contagem atrasou pagamentos dos médicos que recebem como Pessoa Jurídica (PJ). Isso ocasionou uma série de problemas, mas, sobretudo, uma dívida para as Contas Médicas na ordem de R$ 14 milhões.
Com a gestão da Junta Interventora, foi necessário a concentração de esforços para negociação imediata de todos os prestadores de serviço do Complexo Hospitalar, entre eles os médicos. Foram observados 750 médicos com pagamentos atrasados. Do total, já foram quitados mais de R$ 12 milhões e, até novembro, as dívidas serão zeradas.
Pagamento dos fornecedores – A antiga gestão do Complexo Hospitalar de Contagem atrasou pagamentos de fornecedores. Isso quer dizer 237 fornecedores sem receber os pagamentos das Notas Fiscais, chegando a mais de R$29,2 milhões em débitos.
Foi feita uma força-tarefa pela junta interventora para abrir negociação com as empresas que forneciam medicamentos e insumos para o hospital. A primeira estratégia adotada pela diretoria da Junta foi separar inicialmente os 60 maiores fornecedores – considerando o volume da dívida ou grau de importância para restabelecimento dos serviços básicos – e negociar. Foi criada uma comissão especial para realizar as rodadas de negociações. Foram renegociados R$ 23 milhões.
Reforma e reposição de equipamentos – Uma gestão que não pagava as dívidas, atrasava com fornecedores para insumos básicos e não pagava os médicos, também deixou sucatear os equipamentos dentro do Complexo Hospitalar de Contagem. Com isso, a Junta Interventora identificou vários equipamentos com defeitos, precisando de reforma ou manutenção, como Ultrassom no Centro Materno Infantil, ausência de ventiladores pulmonares, arco cirúrgico com defeito, três perfuradores ósseos estragados, gastroscópio com defeito, colonoscópio com defeito, entre outros.
A nova administração do Complexo Hospitalar preocupou-se em colocar todos os equipamentos funcionando, fazendo a manutenção adequada e ampliando o atendimento. Com isso, foi executada a revisão geral do Arco Cirúrgico, a manutenção dos perfuradores ósseos, execução da revisão geral com troca de transdutores endocavitária e setorial do Ultrassom, conserto dos 20 ventiladores pulmonares, conserto de 20 monitores multiparâmetros, entre outros.
Reforma das instalações e troca de mobiliário – A Junta Interventora encontrou o teto da recepção do Centro Materno Infantil em péssimas condições. O problema mais grave eram as infiltrações. Também não havia acomodação para as mães e acompanhantes. As cadeiras disponíveis não tinham condições adequadas de uso.
Após a intervenção, o Complexo Hospitalar passou por várias adequações, como reformas gerais dentro e fora de todos os equipamentos de saúde. Além da reforma da recepção do Centro Materno Infantil e da compra de cadeiras novas para mães e acompanhantes, o estacionamento também foi ampliado para melhor atender os colaboradores e visitantes.
Salas cirúrgicas em funcionamento – Antes da intervenção, apenas cinco salas cirúrgicas estavam em funcionamento. Isso, junto com outros fatores como falta de insumos e medicamentos, atrapalhava o atendimento no Complexo Hospitalar de Contagem.
Com a Junta Interventora, outras duas salas cirúrgicas foram reativadas. Diante disso, foi feito esforço para conserto de equipamentos para que as oito salas ficassem à disposição para atender as necessidades da população de Contagem.
Controle de Infecção hospitalar – Antes da intervenção, por falta de pagamento aos fornecedores, havia desabastecimento de insumos, inclusive, de material de limpeza, o que trazia insegurança para a realização de procedimentos simples e de outros mais complexos, como, por exemplo, as cirurgias. A equipe também não contava com todos os especialistas necessários ao bom desempenho do Serviço e Controle de Infecções Hospitalares do Hospital Municipal de Contagem.
Depois da intervenção, a equipe do Serviço e Controle de Infecções Hospitalares do Hospital Municipal de Contagem oi reestruturada, trazendo mais segurança para os colaboradores e para os usuários. Agora, além da coordenadora, agora conta com uma enfermeira com doutorado em Saúde do Adulto, dois médicos infectologistas, duas enfermeiras especialistas e uma técnica em enfermagem especialista, todos com ampla experiência em Vigilância e Controle de Infecções. Ações para controle e prevenção das infecções hospitalares e colonização por bactérias passaram a ser feitas com regularidade em todo o hospital. Como resultado, já foi confirmada a redução das infecções e colonização das bactérias.
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