Economia

Juros do rotativo do cartão chegam a 278,7% em setembro

Brasília – Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em setembro. A taxa média do rotativo subiu 4,7 pontos percentuais em relação a agosto, chegando a 278,7% ao ano. Os dados foram divulgados na sexta-feira (26), pelo Banco Central (BC). A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.

No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 259,9% ao ano em setembro, com aumento de 9,6 pontos percentuais em relação a agosto. Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 0,9 pontos percentuais, indo para 292,2% ao ano.

De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, a taxa de rotativo do cartão tem oscilado em níveis mais baixos desde abril, em consequência de medida do Conselho Monetário Nacional (CMN). Com isso, segundo ele, houve uma redução importante da taxa de juros para os inadimplentes e a migração das operações do rotativo para o crédito parcelado. “Isso é positivo para a redução de juros de pessoas físicas”, disse.

Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 278,7% ao ano, o parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 152,4% ao ano em setembro.

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Cheque especial – Já a taxa de juros do cheque especial caiu 1,8% em setembro, comparada a agosto, e está em 301,4% ao ano. Assim, continua a ser a menor taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: 122,2% ao ano em setembro, mesmo com o aumento de 0,8 ponto percentual em relação a agosto. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,1 ponto percentual, indo para 24,4% ao ano em setembro.

A taxa média de juros para as famílias aumentou 0,4 ponto percentual em setembro para 52,2% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.

Inadimplência – A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,9% em setembro. No caso das pessoas jurídicas, também houve recuo, de 0,2 ponto percentual, ficando em 3,1%. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

Em setembro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,168 trilhões, com aumento de 0,4% no mês e de 2,5% no ano. Em 12 meses, a expansão foi de 3,9%.

Esse estoque do crédito corresponde a 46,7% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB). (ABr)

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