Lançamento de loteamentos recua 30,1% no primeiro semestre em Minas

O lançamento de lotes em Minas Gerais apresentou queda de 30,1% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo intervalo de 2022, segundo pesquisa sobre o setor desenvolvida pela Brain Inteligência Estratégica para Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG) e Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Na comparação entre trimestres, o recuo foi ainda maior, 54,5% no segundo trimestre de 2023 em relação aos três primeiros meses do ano. Frente ao segundo trimestre de 2022, a queda foi mais intensa: 64%.
“A diminuição de lançamentos de lotes impacta o mercado imobiliário, com elevação dos preços dos terrenos e até mesmo escassez”, ressalta o presidente da Aelo-MG, Flávio Guerra. Ele explica que a redução do volume de lançamentos pode ser fruto da dificuldade da aprovação de projetos ou estratégia das loteadoras de aguardar o melhor momento para fazer os lançamentos.
O executivo afirma que a situação dos estoques de lotes é preocupante se a velocidade de vendas do segundo trimestre for mantida nos trimestres seguintes, fazendo com que o mercado tenha de cinco a seis meses de estoque. Atualmente, está no patamar de oito a nove meses. “Para que a situação fique mais confortável, é necessário que haja mais lançamentos de terrenos no terceiro e quarto trimestres”, alerta. No segundo trimestre foram comercializados 2.957 lotes, alta de 14% na comparação com o trimestre anterior.
O levantamento, divulgado ontem, contempla resultados de 30 cidades do Estado, consideradas as mais relevantes em termos de lançamentos, representando em torno de 55% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais.
O Valor Geral de Vendas (VGV) nos seis primeiros meses deste ano chega a R$ 1,311 bilhão, valor 30,9% superior ao mesmo intervalo de 2022 (R$1,001 bilhão). No segundo trimestre o valor chega a R$ 725 milhões, alta de 46,7% frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 494 milhões).
Perfil
Do total de lotes vendidos no segundo trimestre deste ano, 59,8% são em loteamentos fechados (condomínios), o que, segundo Guerra, mostra que o perfil de clientes privilegia segurança e qualidade de vida. “São lotes mais caros”, observa.
O tíquete médio desse perfil de terreno é de R$ 287 mil na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), sem considerar o município de Nova Lima. Se levar em conta a cidade, o valor passa para R$ 302 mil. No interior, o valor é de R$ 281 mil.
atualizado às 17:49 de 18/08/2023
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