Economia

Lançamentos de imóveis para o MCMV devem crescer na RMBH

Participação dos lançamentos de imóveis para o Minha Casa, Minha Vida deve saltar de 30% para 50% na RMBH no próximo ano
Lançamentos de imóveis para o MCMV devem crescer na RMBH
Já há algum tempo, os estoques estão baixos, especialmente0 em Belo Horizonte e Nova Lima | Crédito: Filó Alves 05/10/2010

A participação dos imóveis de padrão econômico, voltados para atender ao público do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), deve crescer no próximo ano na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel.

Atualmente, esse tipo de unidade habitacional responde por cerca de 30% dos lançamentos na região e a perspectiva é que possa chegar a 50% em 2024, patamar que já foi alcançado em anos anteriores, conforme o dirigente.

A aposta no crescimento dos lançamentos dos imóveis neste perfil se deve à demanda que, segundo o representante do setor, é alta e está reprimida. Além disso, as mudanças no programa, que voltou neste ano, também devem ajudar a incentivar as construções.

Entre as alterações do Minha Casa, Minha Vida está o aumento no valor do imóvel, que pode ser financiado de R$ 264 mil para R$ 350 mil, além da redução da taxa de juros.

Retomada do Minha Casa, Minha Vida na RMBH

A retomada do MCMV já causou alguns impactos no mercado neste ano. A busca por imóveis do programa na mineira MRV – maior construtora da América Latina –, por exemplo, registrou alta de 61,14% em Minas Gerais, incremento superior ao nacional, que foi de 54% na procura em julho frente ao mesmo período do ano anterior.

O Censo do Mercado Imobiliário realizado pela Brain Consultoria, para o Sinduscon-MG, mostrou que as vendas na RMBH (excluindo Belo Horizonte e Nova Lima) recuaram 20,9% no primeiro semestre deste ano frente igual período de 2022. O motivo pode ser reflexo das dificuldades do programa Minha Casa, Minha Vida, já que somente em julho, foram anunciadas as novas condições para 2023.

Na capital mineira e em Nova Lima, o padrão econômico ainda continua pouco expressivo e no acumulado dos seis primeiros meses do ano, respondeu por 4,5% do total das vendas, por 5,3% do total dos lançamentos, enquanto quase 20% das vendas de imóveis residenciais novos nestas cidades foram de imóveis de padrão luxo.

Estoques

Renato Michel conta que os estoques de imóveis na RMBH estão baixos, com destaque para Belo Horizonte e Nova Lima. “É uma questão crônica que já vem acontecendo há algum tempo e a solução não acontece rapidamente”, diz.

Parte desse cenário é atribuída ao aquecimento do mercado durante a pandemia, fruto de uma “ressignificação do imóvel pelas famílias”, com destaque para as unidades com mais conforto e lazer. “O mercado de 2020 para cá vendeu mais unidades do que lançou, consumindo parte do estoque”, explica.

O dirigente observa que, entre as capitais brasileiras, Belo Horizonte é a que possui a menor oferta disponível, o que explica o preço elevado dos imóveis. Levantamento realizado pela startup imobiliária Loft, divulgado ontem, confirma o cenário, já que a cidade registrou o maior avanço no preço médio dos imóveis por metro quadrado entre as principais capitais da região Sudeste do Brasil em 2023.

De janeiro a setembro, a capital mineira registrou uma valorização de 6,4% do valor dos apartamentos, contra uma alta de 2,5% em São Paulo e 0,8% no Rio de Janeiro.

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