Latin Resources prevê investir US$ 308 mi em projeto de lítio no Estado

A Latin Resources prevê investir US$ 308 milhões para desenvolver seu projeto Colina Lithium, na região do Vale do Bananal, em Salinas, Minas Gerais. Desse montante, US$ 253 milhões estão previstos para ser investidos na primeira etapa, e US$ 55 milhões, na segunda. Outros US$ 22 milhões devem ser aportados pela empresa de exploração mineral no fechamento da mina de lítio.

As informações constam em uma avaliação econômica preliminar feita por consultores independentes e divulgada pela mineradora australiana. Conforme o estudo, na fase 1 serão produzidos, anualmente, 405 mil toneladas de concentrado de espodumênio de óxido de lítio de alta qualidade, com teor de 5,5% (SC5). A primeira produção está prevista para ocorrer em 2026.

A partir de 2029, já na fase 2 do complexo, a produção média anual aumentará para 525 mil toneladas do produto principal, além da fabricação de 159 mil toneladas por ano de um concentrado de espodumênio de óxido de lítio, com percentual inferior a 3% (SC3).

Combinadas, as duas fases do Colina Lithium vão fornecer para a mineradora australiana uma produção média de 405 mil toneladas de SC5 e 123 mil toneladas de SC3 durante uma vida útil de 11 anos da mina. Com base nessa estimativa, o projeto tem potencial para estabelecer a empresa como a segunda maior produtora de concentrado de espodumênio do Brasil.

Possível extensão da capacidade produtiva e ações sustentáveis

De acordo com o diretor-geral da Latin Resources, Chris Gale, a companhia está orgulhosa de ter produzido resultados econômicos tão convincentes no primeiro estudo de viabilidade do projeto. Vale dizer que a análise final do empreendimento será concluída em meados de 2024 e onze plataformas de perfuração estão operando no local apoiando essa conclusão. A empresa ainda avalia o potencial do local para uma fase 3 e uma possível extensão da capacidade produtiva. 

Segundo o dirigente, o Colina Lithium está no caminho de se tornar, globalmente, uma das maiores minas desse tipo e com baixos custos operacionais. Ele também destacou o comprometimento da mineradora de lítio com o meio ambiente, a posição mineira que favorece o avanço do projeto e o provável crescimento do Vale do Lítio com o empreendimento.

“A empresa está comprometida em desenvolver uma mina de lítio com práticas de mineração verdadeiramente sustentáveis, que incluem energia hidrelétrica, rejeitos de pilha seca e sistemas de água reciclada A estratégia de desenvolvimento de capital em fases fornece um aumento viável que autofinancia sua expansão para se tornar uma mina de lítio de nível um”, disse Gale.

“Minas Gerais é uma excelente jurisdição para apoiar a entrega do projeto Colina Lithium em um espodumênio sustentável, grande e de baixo custo de operação de forma acelerada. A Latin Resources junto com a Sigma Lithium impulsionarão o Lithium Valley Brazil em uma das quatro principais províncias globais de lítio”, salientou o diretor-geral da mineradora australiana.

Outros investimentos no Vale do Lítio

Formado por 14 cidades mineiras que, juntas, abrigam a maior reserva nacional de lítio, o Vale do Lítio é um projeto econômico-social do governo de Minas Gerais cujo objetivo é desenvolver municípios do Norte e Nordeste do Estado, na região do Vale do Jequitinhonha. 

Com a extração e produção de lítio, o Executivo estadual estima atrair entre R$ 20 milhões e R$ 30 bilhões em investimentos para a região até 2030. Além da Latin Resources, a Atlas Lithium e a MG LIT (Lithium Ionic) anunciaram que, cada uma, vai investir R$ 750 milhões no Vale do Jequitinhonha. A Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e a Sigma Lithium já produzem no local.