Leilão da BR-381 não tem interessados

O leilão para a duplicação da BR-381 não encontrou interessados e foi declarado como deserto. A informação consta no site da Bolsa de Valores (B3). A licitação previa a concessão do trecho da rodovia que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, mais conhecida como Rodovia da Morte, devido o grande número de acidades com vidas perdidas registrado historicamente no trecho.
O leilão estava previsto para ocorrer na próxima sexta-feira (24). O prazo para apresentações de propostas foi aberto na segunda-feira (20) e encerrado hoje, às 12h, sem nenhuma proposta.
Em julho, o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, disse ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que a licitação já contava com dois players interessados e prometia ser alvo de uma grande disputa. Mas, diante da atualização no site da B3, a informação não se confirmou.
Vale lembrar que houve duas tentativas falhas de privatizar a estrada, ainda durante o governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
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O Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) confirmaram a informação de que não houve interessados pelo certame. Em nota, ressaltaram que o governo federal continua determinado em encontrar uma solução para modernizar e adequar a capacidade da BR-381.
“Essa é a terceira tentativa de leiloar o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares. As anteriores ocorreram em 2021 e 2022. Vamos retomar o diálogo com o Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de criar as condições necessárias para viabilizar o investimento privado. O Ministério dos Transportes trabalha para reposicionar o projeto e levá-lo a leilão no primeiro semestre de 2024”, diz o documento.
O leilão da BR-381
Com investimentos previstos em cerca de R$ 10 bilhões em obras e em manutenção, o processo de concessão e duplicação da BR-381 foi apresentado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no mês passado. O edital corrigiu falhas dos anteriores e foi considerado moderno e sustentável financeiramente. Por isso, na época, a expectativa era que, pelo menos, três players participassem da disputa e não apenas dois.
A concessão do trecho de Belo Horizonte a Governador Valadares seria de 30 anos. E dos R$ 10 bilhões previstos em investimentos, as obras demandariam R$ 6 bilhões, enquanto serviços e manutenções teriam R$ 4 bilhões.
Conforme publicado, seriam 303 quilômetros de concessão da BR-381 e, destes, 134 quilômetros passando pela duplicação. No trajeto, 21 municípios seriam cortados pela rodovia, conforme o projeto.
No processo de concessão e duplicação estavam previstos ainda a construção de 43 quilômetros de faixas adicionais e outros 94 quilômetros em pista simples. O projeto contemplaria também 152 quilômetros de correção de traçado, 36 travessias de pedestres e 190 pontos de ônibus. Havia ainda paradas de descanso e uma área de escape de veículos.
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