Economia

Leilão da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares já tem vencedor

Com a vitória no certame realizado nesta quinta-feira (29), na sede da B3, em São Paulo, a empresa administrará a estrada pelos próximos 30 anos
Atualizado em 29 de agosto de 2024 • 20:31
Leilão da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares já tem vencedor
Os vencedores do leilão da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Foto: Reprodução / Youtube ANTT

A 4UM Investimentos venceu o leilão de concessão do trecho de 303,4 quilômetros da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

A gestora de recursos apresentou uma proposta de 0,94% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio máxima prevista no edital, de R$ 18,38/100 km para pistas simples. Enquanto isso, a Opportunity ofereceu 0,10% de dedução. O certame só recebeu estas duas propostas.

Com a vitória no leilão realizado nesta quinta-feira (29), na sede da B3, em São Paulo, a empresa administrará a estrada pelos próximos 30 anos.

Durante esse período, terá que investir R$ 9,3 bilhões na via, dos quais R$ 5,6 bilhões serão destinados a obras e melhorias e R$ 3,7 bilhões a custos operacionais. A assinatura do contrato deverá ocorrer até o dia 28 de novembro.

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Entre as principais mudanças previstas, estão:

  • 27,83 km de duplicação de obras remanescentes;
  • 106,44 km de duplicação de novos trechos;
  • 83 km de faixas adicionais;
  • 9,7 km de vias marginais;
  • 20 passarelas;
  • 166 pontos de ônibus;
  • 15 passagens de fauna;
  • uma rampa de escape

Antes de bater o martelo, o presidente da 4UM Investimentos, Leonardo Boguszewski, firmou um compromisso com o povo mineiro de transformar a BR-381 na “Rodovia da Vida”. A estrada recebeu a alcunha de “Rodovia da Morte” por registrar inúmeros acidentes fatais. “Vamos trabalhar muito sério para que isso realmente se concretize ao longo dos próximos anos”, disse.

Já o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, destacou que a concessionária receberá o projeto mais moderno que existe no que se refere à matriz de riscos e compartilhamento de receitas. A autarquia federal teve que modificar o edital para atrair interessados após três tentativas fracassadas de conceder a estrada à iniciativa privada.

br-381
Crédito: Agência Brasil/Arquivo

Leilão da BR-381 renova a esperança de milhares de pessoas

Os principais problemas apontados pelo mercado para o desinteresse em assumir o trecho da BR-381, que liga a Capital e a região do Vale do Rio Doce, eram os riscos geológicos e jurídicos que inviabilizavam a exploração comercial. Após o último leilão deserto, em novembro do ano passado, a solução encontrada foi realizar alterações pontuais, entretanto, cruciais.

Uma das mudanças diz respeito à taxa interna de retorno (TIR), que subiu de R$ 9,88 para R$ 11,97 ao ano. Outra alteração foi a União ter assumido as obras de duplicação de 31,4 km de Belo Horizonte até Caeté, na região metropolitana (RMBH), e se comprometido a lidar com o reassentamento das famílias que residem às margens da rodovia no trecho citado.

O capítulo desta quinta-feira, que promete ser o ponto de virada da estrada, renova a esperança da população que trafega pelo trecho e depende da via. Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), as intervenções aguardadas para a BR-381 serão uma das mais importantes do Brasil por representar desenvolvimento e, sobretudo, preservação de vidas.

Crédito: Ministério do Transporte

Obras de duplicação serão feitas entre o 4º e 7º ano do contrato

Conforme prevê a concessão, a nova administradora da BR-381 deverá iniciar as obras de recuperação e correção dos problemas que apresentam maior risco à vida dos usuários, incluindo a sinalização da estrada, no primeiro ano de contrato. Entre o segundo e o sétimo ano, a empresa terá que recuperar as vias e margens e realizar as intervenções de adequação ao fluxo atual.

As intervenções de duplicação estarão concentradas entre o quarto e o sétimo ano. Já entre o sexto e o oitavo, a concessionária da rodovia implantará faixas adicionais. Nos anos seguintes, ficará a cargo da gestora a manutenção do segmento a fim de evitar abandono e depreciação.

Com a concessão, a paranaense 4UM Investimentos vai estrear no segmento de infraestrutura. Especializada em aportes de longo prazo, o grupo concluiu a estruturação de um fundo em participações para atuar em leilões rodoviários. Entre os cotistas, estão as famílias Malucelli, Salazar, Federmann e Backheuser, acionistas da MLC, Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia.

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