Leilão tem baixa contratação, mas deve viabilizar aportes de R$ 1,9 bilhão

São Paulo – Um leilão de energia do governo brasileiro, na sexta-feira (28), surpreendeu ao contratar um volume de projetos ainda inferior às já pessimistas expectativas de analistas, com a economia em passo lento e a migração de consumidores para o mercado livre impactando a demanda no certame.
O resultado, no entanto, ainda foi visto como amplamente positivo pelo governo, por viabilizar empreendimentos que deverão demandar cerca de R$ 1,9 bilhão em investimentos e pela marca de um recorde histórico para as usinas solares, que registraram o menor preço já praticado pela fonte em licitações no Brasil.
“O leilão de hoje (sexta-feira) contratou exclusivamente usinas de fontes renováveis, e o resultado representou um nível importante de investimentos, o que deve gerar cerca de 4,5 mil empregos no Brasil para as obras de construção das usinas”, disse o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Cyrino, em coletiva após o pregão, na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O certame, conhecido como A-4, foi para empreendimentos que precisarão entrar em operação até 2023. No ano passado, o certame A-4 contratou 1 gigawatt, um volume que analistas colocavam como a expectativa para a licitação desta semana, que acabou com menos da metade disso, quase 402 megawatts.
Segundo Cyrino, a demanda foi impactada pela migração de consumidores para o chamado mercado livre de energia, onde grandes clientes como indústrias podem negociar energia diretamente com geradores e comercializadores.
“A expectativa recente do mercado já era de uma demanda mais limitada, e a migração para o mercado livre também deve ter tido sua colaboração no leilão de hoje (sexta-feira). A maioria dos empreendedores vendeu apenas 30% de sua energia e deixou uma boa parcela para comercializar no ambiente livre, o que mostra que o mercado livre também tem viabilizado a expansão da capacidade de geração de energia no Brasil”, afirmou o secretário.
Bandeira amarela – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira que a bandeira tarifária na conta de luz para julho será amarela, o que representará um custo adicional de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
O mecanismo, que gera cobranças adicionais em momentos de menor oferta de geração, foi influenciado pela previsão hidrológica para o mês, que aponta tendência de redução nos níveis dos principais reservatórios de hidrelétricas, com vazões abaixo da média, dado que julho é um mês de seca típica em importantes bacias hidrográficas do País, disse a agência. (Reuters)
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