Economia

Liberação de crédito do BNB para o Estado registra queda de 39%

Banco de fomento liberou R$ 2,2 bilhões para os municípios na área da Sudene no Estado entre janeiro e novembro
Liberação de crédito do BNB para o Estado registra queda de 39%
Desembolsos por meio do FNE em Minas somam R$ 1,6 bilhão | Crédito: Divulgação

Entre janeiro e novembro, os desembolsos do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) para o Estado somaram mais de R$ 2,2 bilhões. O valor é 39% inferior ao montante repassado no mesmo período do ano passado, quando foram aplicados R$ 3,6 bilhões. Apesar da retração, a expectativa é que dezembro os números sejam melhores. A projeção é do superintendente estadual do BNB para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel.

“Com relação a dezembro nós temos um mês especial de contratação em Minas Gerais. Em função do período das chuvas, temos uma área forte do agronegócio que trabalha com milho e soja, temos a pecuária, temos plantios de café, de eucalipto, e todos esses segmentos do agro demandam crédito nesse momento, que é o mais propício para os investimentos do setor agrícola. Então temos a expectativa de que o mês possa trazer importantes contratações e melhorar significativamente os números de aplicação em Minas Gerais ainda em 2022”, destaca.

Maciel também acredita que os valores contratados pelos mineiros no último mês do ano serão superiores aos de dezembro de 2021. Já em relação ao balanço dos onze primeiros meses, o superintendente destaca o aumento em contratações dos segmentos prioritários de mini, micro e pequenos negócios. Realça ainda os programas destinados à agricultura familiar e às micro e pequenas empresas (MPEs), algumas das linhas que se tornaram prioridades durante a pandemia e apresentaram crescimentos expressivos no período apurado. 

“No ano em que houve uma redução da dotação disponível do FNE [Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste], o banco apresenta números expressivos de crescimento para os segmentos prioritários mostrando a adesão a Constituição Federal de 1988 que manda priorizar o mini, micro e pequeno, mas também a sensibilidade de atender prioritariamente aqueles que mais precisam, aqueles que têm mais dificuldade com as crises e em capitalizar no mercado”, afirma.

Segmentos

Segundo ele, o BNB está cada vez mais próximo a esses segmentos, proporcionando a eles condição de acessar as linhas de crédito para que continuem empreendendo, crescendo, mantendo emprego e renda. 

Dentre os segmentos de prioridade para a instituição, houve a disponibilização de mais de R$ 327,5 milhões para a linha Agroamigo, destinada a agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os pequenos e miniprodutores rurais (PMPR) receberam mais de R$ 303,5 milhões e as MPEs cerca de R$ 225,1 milhões.

Já do lado oposto, os desembolsos para os grandes empresários e para o grupo de infraestrutura, que demandam maior volume de recursos, apresentaram significativas quedas. No caso do primeiro, foram direcionados neste ano R$ 136,2 milhões, contra R$ 1,7 bilhão no mesmo intervalo de 2021. O recuo foi de aproximadamente 92%. Já no segundo, houveram repasses de R$ 168,9 milhões, ante R$ 417,1 milhões, retração de cerca de 40%.

Ainda conforme os dados, do total disponibilizado para Minas Gerais, R$ 1,601 bilhão foram por meio do FNE. O restante é proveniente de valores próprios, como a linha Crediamigo, que utiliza somente recursos da instituição. O programa de microcrédito produtivo, que atende a empreendedores dos setores informal e formal da economia, como padarias, ambulantes e salões de beleza, foi responsável, inclusive, pela aplicação de R$ 516,3 milhões no período.

No que se refere a quantidade de operações realizadas pela instituição, houve queda de mais de 9%. Ao todo, entre janeiro e novembro de 2022, foram feitas 220.334 operações, contra 243.579 no mesmo intervalo do ano passado. 

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