Economia

Licença ambiental pode travar instalação de nova unidade do Assaí no Anel Rodoviário

Terreno de 34,1 mil m² com alta arborização precisaria ser flexibilizado para abrigar a estrutura de uma rede supermercadista
Licença ambiental pode travar instalação de nova unidade do Assaí no Anel Rodoviário
Desde 31 de maio de 2021, terreno às margens do Anel Rodoviário está registrado no CNPJ da Sendas Distribuidora S/A, sob nome fantasia Assaí Atacadista, como filial | Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Leonardo Morais

Um terreno coberto por densa vegetação às margens do Anel Rodoviário de Belo Horizonte pode ter frustrado os planos de uma nova unidade do Assaí Atacadista na região. O espaço, que abrigou por décadas o motel Forest Hills, chegou a ser registrado em nome do negócio, mas o projeto teria esbarrado em restrições de licenciamento ambiental, fator que pode ter levado a empresa de atacarejo a desistir da operação.

Fontes ligadas ao mercado afirmam que o terreno, de 34,1 mil metros quadrados (m²), com alta arborização, precisaria ser flexibilizado para abrigar a estrutura de uma rede supermercadista e, por isso, houve um recuo por parte do negócio. Desde 31 de maio de 2021, o local está registrado no CNPJ da Sendas Distribuidora S/A, sob o nome fantasia Assaí Atacadista, como filial. O cadastro indica que a atividade principal seria a operação de hipermercado e comércio varejista de mercadorias.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o empreendimento foi autorizado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, dentro do processo 01-030335/21-13. “O local está inserido em área considerada como de relevância ambiental. Por isso, vale ressaltar, que grande parte dos indivíduos arbóreos no local devem ser preservados”, detalha a administração municipal.

Nos casos de edificação, a Secretaria de Meio Ambiente comenta que avalia a supressão, criação de Reserva Particular Ecológica e reconhecimento de vegetação relevante. A análise do empreendimento, situado no Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo, 16.900 – Sumaré, foi conduzida conforme a Portaria Conjunta SMMA/SMPU n.º 08/20.

Terreno tem futuro incerto

Em setembro de 2021, a Maquiné Empreendimentos, empresa ligada ao Ouro Minas Palace Hotel, solicitou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) a flexibilização da taxa de permeabilidade do terreno de 95% para 70%. No documento, consta o interesse de implantação de um novo empreendimento, com permanência da vegetação relevante em áreas permeáveis.

Na prática, a solicitação apresentava que parte da vegetação existente poderia ser removida ou alterada para viabilizar a construção da nova unidade, embora a empresa afirmasse que as áreas verdes mais relevantes seriam preservadas. A redução da permeabilidade indica que uma maior parte do terreno ficaria impermeabilizada, ou seja, coberta por concreto ou pavimento, alterando a capacidade de absorção de água da chuva e o equilíbrio ambiental da área.

Desde que encerrou as atividades em motelaria, o terreno abandonado leva transtornos aos moradores, como insegurança e acumulo de lixo. Na época, a imprensa local denunciou que a ausência de monitoramento resultou em uma onda de furtos de itens como tvs, móveis, madeiras, telhas, dentre outros produtos do antigo empreendimento.

Procurada para comentar sobre a aquisição e o futuro do terreno no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, a rede Assaí Atacadista não retornou até a última atualização da reportagem.

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