Locação de enfeites natalinos cresce e deverá fechar ano com alta de 20%

As lojas de decoração e enfeites de Natal em Belo Horizonte estão observando uma antecipação dos contratos de aluguéis este ano. O movimento que aquecia, normalmente, no final do mês de outubro, já está em alta desde o mês passado. Em função desse cenário, os lojistas ouvidos pelo Diário do Comércio esperam volume de negociações 20% maior nas locações este ano se comparado com 2023.
É o caso da tradicional loja de decoração Casa Maia. Além da antecipação, a sócia da loja, Cristina Chiara, tem percebido uma preferência maior para os aluguéis de enfeites do que pelas compras. “As pessoas estão querendo praticidade”, observa.
A possibilidade da variação da decoração ano a ano e o uso dos lançamentos e tendências, também têm atraído os clientes para locação, segundo a empresária. Em média, a loja espera realizar mil contratos este ano entre residências, comércios, shoppings, empresas e condomínios.
No serviço de locação, o cliente escolhe a decoração, o período e o serviço de montagem, entrega e desmontagem fica a cargo do lojista. Facilidades que também são oferecidas pela Tempori Home. Há 27 anos no mercado de decoração a loja também tem percebido uma evolução no setor de aluguéis. A proprietária Bruna Gosende conta que só de árvores de Natal estão previstas cerca de 300 locações este ano e o aumento esperado para 2024 é de 20% nas negociações.
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Na Futuro Decor, a empresária Cláudia Travasso ficou espantada com a antecipação dos clientes. No caso dela, a procura começou ainda em agosto. “Clientes que normalmente alugam conosco começaram a nos procurar mais cedo. Isso nos dá maior tranquilidade para planejarmos e atendermos melhor os clientes já que não deixaram para última hora”, diz.
Diferente do ano passado que o ritmo só embalou no final do ano, Cristina Travasso percebeu um movimento atípico, mas não soube explicar os motivos. “Cada ano é diferente do outro e estamos bem satisfeitos com essa antecipação. As vendas devem crescer 10% e os aluguéis 20%”, estima.
Alta do dólar e frete marítimo impactaram preços dos produtos
A instabilidade econômica mundial que acabou provocando a alta do dólar impactou o preço dos produtos natalinos que são em grande parte importados. Cerca de 80% dos produtos vendidos ou alugados nas lojas são trazidos do exterior, porém as negociações antecipadas e o volume trazido em grande quantidade, possibilitaram um impacto pequeno nos preços não refletindo de forma significativa nos valores nas prateleiras.
Entretanto, a grande reclamação dos lojistas foram os problemas com o frete marítimo. A alta impactou as tarifas de importação, sobretudo em função do acréscimo nos valores dos combustíveis gerado pelas instabilidades geopolíticas mundiais.
“Produtos que deveriam ter chegado em julho, estão chegando agora. Os fornecedores ficaram esperando o frete marítimo baixar, fato que não aconteceu”, conta Bruna Gosende, da Tempori Home.
Na rede de lojas Estrada Real, o frete não chegou a impactar, de acordo com o gerente de projetos da unidade Savassi, Alexander da Silva. “Este ano não vendemos em feiras temáticas, então, não foi necessário fazermos entregas em agosto. Tínhamos apenas que abastecer as lojas, com isso conseguimos segurar os produtos em estoque e não ser tão prejudicados pelo frete marítimo. Mas ele foi um problema para nosso setor. A alta do dólar chegou a triplicar os valores dos fretes dependendo dos meses de entrega e muita gente teve que embutir este valor nos produtos”, explica.
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