Setor de locação de máquinas e equipamentos cresce no 1° quadrimestre em Minas Gerais

O desempenho do setor de locação de máquinas e equipamentos em Minas Gerais em 2025 está melhor que o apurado no ano passado, segundo o gerente executivo do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas, Ferramentas e Serviços Afins do Estado de Minas Gerais (Sindileq), Allan Rodrigues. O faturamento da atividade no primeiro quadrimestre foi cerca de 8% maior na comparação com igual período de 2024.

O resultado está atrelado ao desempenho da construção civil, com destaque para as obras da nova faixa do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, a faixa 4 busca contemplar um público que, até então, não se encaixava nas faixas atuais e enfrentava dificuldades para financiar um imóvel.

Apesar do desempenho positivo neste ano, o gerente executivo observa que há entraves, entre eles a elevada taxa de juros, que impacta negativamente a construção civil, em especial os segmentos mais populares, que têm mais dificuldade em absorver os aumentos. Diante desse cenário, imóveis de maior valor agregado vêm ganhando espaço, segundo Rodrigues, já que o público desse perfil tem mais condições de absorver os aumentos.

E foi neste mês que a taxa básica de juros (Selic) ficou mais alta. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), aumentou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. A taxa está no maior nível desde agosto de 2006, quando também estava em 14,75% ao ano.

Além do reflexo no custo da construção civil, Rodrigues observa que juros mais altos têm impactos negativos no custo de aquisição dos equipamentos.

O gerente executivo do sindicato conta que a China vem ganhando espaço entre os fabricantes de máquinas e equipamentos. “De um total de 100% dos equipamentos disponíveis no mercado para o locador comprar, aproximadamente 30% vêm da China”, diz. A preferência pelos produtos do país asiático está relacionada ao preço, bem como ao custo de manutenção mais baixo.

Setor de locação de máquinas e equipamentos em Minas tem dificuldade para conseguir mão de obra

Formado em sua maioria (75%) por empresas de pequeno porte, com até 20 colaboradores, Rodrigues diz que, assim como outros setores, a atividade enfrenta dificuldades para conseguir trabalhadores. Dessa forma, o sindicato busca formar mão de obra. “O Sindileq-MG, junto com o Senai Minas, tem, há quatro anos, um programa de formação de mecânicos para as locadoras. Em paralelo, o sindicato vai iniciar um trabalho junto ao Sebrae, a partir de 2026, para a formação de gestores para as locadoras, com foco nos vendedores, gerentes, da área financeira, entre outros”, diz.

Hoje são cerca de 19 mil empresas de locação de máquinas e equipamentos ativas em Minas Gerais, com aproximadamente 8 mil na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Para este ano, o gerente executivo do Sindileq diz que a expectativa é que o setor em Minas tenha um faturamento entre R$ 10 bilhões e R$ 10,5 bilhões, resultado acima dos cerca de R$ 8,7 bilhões registrados em 2024.

Rodrigues conta que, no próximo mês, entre os dias 4 e 6 de junho, está prevista a 3ª edição da Analoc Rental Show, no Expominas, na Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, que, conforme ele, é a maior do setor na América Latina. A expectativa é que o evento receba mais de 7 mil pessoas. A 1ª edição aconteceu em 2023, em Curitiba (PR). No ano seguinte, o Rio de Janeiro recebeu a feira.