Locação de veículos movimenta R$ 52,9 bilhões e Minas lidera o setor

O setor de locação de veículos registrou faturamento bruto recorde de R$ 52,9 bilhões em 2024, um crescimento de 17,8% frente ao ano anterior. Minas Gerais segue como o principal mercado no Brasil, correspondendo por 62% dos emplacamentos totais de carros GTF (frotas).

Os dados constam na edição deste ano do Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos, divulgado nesta terça-feira (25) pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA). No período, o faturamento líquido nacional alcançou R$ 46,2 bilhões, descontando R$ 6,7 bilhões em impostos diretos sobre a locação.

Ao todo, foram registrados 388.704 emplacamentos de locadoras de veículos em Minas Gerais apenas no ano passado. A italiana Fiat (35,5%) lidera em novas unidades de automóveis e comerciais leves, seguido pela Volkswagen (17,6%), Chevrolet (16,7%) e Hyundai (14,1%) – juntas, as quatro montadoras corresponderam por 83,9% do total comercializado.

O presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (Sindloc-MG), Luciano Miranda, destaca que o setor performou muito bem no ano passado e segue em ritmo crescente neste primeiro trimestre. “A cada ano, observamos que Minas possui um enorme potencial na categoria. Contamos com as maiores locadoras do País no Estado e certamente isso nos diferencia de outras regiões”, pontua.

A elevada atratividade do Estado, segundo ele, pode ser explicada pelos avanços tecnológicos, como a implementação da automação no sistema de emplacamentos, tornando o processo mais eficiente se comparado a outras localidades. “Oferecemos o melhor serviço do País. Nosso atendimento, geração de guias, emplacamentos, tudo é feito de forma on-line e automatizada, o que ainda não é comum em outros estados”, acrescenta.

Cenário econômico e elevada competitividade reforçam importância de medidas atrativas

Embora esteja em uma posição consolidada, Miranda acredita que competitividade nacional segue avançando ano a ano. Estados como Paraná, São Paulo e Rio Janeiro também se despontam como fortes competidores, oferecendo vantagens como redução na alíquota do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

O cenário, apesar de ainda não ser considerado preocupante, reforça a necessidade de medidas que melhorem a atratividade local para a realização de novos investimentos. “Quando deixamos de emplacar em Minas, o Estado deixa de receber impostos”, destaca o dirigente.

Atualmente, a categoria considera o atual contexto de desaceleração econômica como o principal desafio para os próximos meses. Apesar de não apontarem projeções, o setor acredita que seguirá em tendência de crescimento, embora inferior com relação ao ano passado.

Para Miranda, os altos custos são o que mais afetam as locadoras, que precisam repassar tarifas aos clientes, limitando o número de vendas e reduzindo a intenção de investimentos por parte dos empresários. “Mesmo com desafios, celebramos a alta participação do Estado no setor de locação de veículos e da relevância de Minas no faturamento total nacional”, conclui.

Avanços no Brasil levam à modernização de frotas com crescimento expressivo de eletrificados

No Brasil, entre janeiro e dezembro de 2024, o setor de locação acumulou 1.617.286 emplacamentos de automóveis e comerciais leves. O resultado aponta para um crescimento de frota de 3% com relação a 2023, com idade média de frota recuando de 18,3 para 17,4 meses.

A maioria dos veículos locados, somados aos de clientes de carro por assinatura (54%), foi destinada às empresas públicas e privadas. Já o aluguel de curto prazo, focado majoritariamente em turismo interno e para motoristas de aplicativos, correspondeu por 46% da frota em locação no ano passado.

O avanço em faturamento também resultou no crescimento de 19,2% no número de locadoras, com 31.487 empresas de aluguel de veículos ativas no Brasil, sendo 3.656 em Minas Gerais. A abertura de novas empresas refletiu ainda na geração de empregos, que avançou 7,5% no último ano, superando pela primeira vez a marca de 100 mil trabalhadores (105.637) nacionalmente e 16.631 pessoas no Estado.

Dentre os veículos, o destaque vai para a expansão dos eletrificados. As locadoras encerraram o ano passado com uma frota de 14.951 automóveis e comerciais leves da categoria – um crescimento de 77,4% na comparação com o ano anterior.

Para a categoria, o avanço na modernização de frotas e a expansão dos eletrificados seguem uma tendência nacional. A expectativa é que a medida em que o setor elétrico avance em estrutura, as expansões devem ser ainda mais expressivas.