Locadoras ampliam em 30% as frotas de veículos

O setor de aluguel de veículos segue aquecido. Estimulado por alguns fatores, dentre eles, a retomada do turismo em níveis pré-pandemia, as locadoras estão ampliando ainda mais as frotas e devem fechar 2022 com aumento de aproximadamente 30% sobre as aquisições feitas no ano passado. O levantamento é da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), a partir de dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Embora não tenha dados regionais, o presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (Sindloc-MG), Luciano Miranda, destaca que o Estado deve acompanhar o crescimento nacional. Segundo ele, historicamente, Minas responde por cerca de 70% das compras realizadas por locadoras em todo o Brasil.
“Não temos dados específicos de Minas Gerais, mas temos históricos. Minas representa quase sempre 70% da frota brasileira. A gente deve terminar o ano com 575 mil carros comprados por locadoras no País, sendo 402 mil emplacados no Estado”, diz Miranda. Se as estimativas se concretizarem, as aquisições realizadas por locadoras mineiras terão crescimento de mais de 29% em relação a 2021, quando foram realizados 311.070 mil emplacamentos.
Um dos problemas enfrentados pelas locadoras nos últimos tempos é justamente a renovação e ampliação da frota. Com a escassez de insumos nas montadoras, a oferta de veículos para aquisição fica prejudicada. Entretanto, o entrave está diminuindo. “Até meados deste ano, tivemos muitos problemas, mas isso está sendo solucionado. Ainda existem alguns problemas pontuais, mas esse ano conseguimos crescer”, afirma. O aumento do preço dos automóveis também é um desafio para o setor. “Está um pouco complicado repassar os custos para os clientes, mas temos conseguido repassar aos poucos”, ressalta.
Em relação à procura por locação de veículos, a tendência é de aumento com as férias de verão e o período festivo, em que muitos consumidores optam por viajar. Para o diretor-executivo do Sindloc-MG, Leonardo Soares, com a retomada do turismo e as pessoas precisando viajar, a demanda vai crescer, inclusive, mais do que nas férias de julho. “Eu acredito que a gente vai aumentar entre 10% a 15% a mais do que foi a procura de turismo no meio do ano”, salienta. O presidente da entidade compactua do mesmo otimismo. “O turismo voltou a níveis de anos antes da pandemia, então a necessidade de veículos para rodar aumentou muito e deve continuar crescendo. Então nós teremos um acréscimo da demanda nas férias para locação rent a car”, diz.
Otimismo
Para 2023, a expectativa é positiva. Os nichos de terceirização de frota e a recente modalidade de carro por assinatura – que, neste ano, já cresceu 16,4%, em todo o Brasil – serão fundamentais para atender a demanda. As vendas diretas também têm grande potencial, além do aumento das passagens áreas que devem continuar estimulando o setor.
Vale ressaltar que até o final de 2021, eram 2.002 locadoras licenciadas em Minas Gerais. Entre elas, as duas maiores empresas do setor: Localiza e Unidas, que posteriormente se fundiram. A atividade até o momento empregava diretamente 13.358 colaboradores. No ranking das montadoras, a Stellantis liderava a participação na frota total, com 34,5%, seguida pela Volkswagen com 16,9% e General Motors com 13,3%. Dos 311.070 automóveis e comerciais leves comprados em 2021, 47,6% foram modelos Stellantis.
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