Log registra crescimento de 4,6% no lucro líquido

Uma das maiores desenvolvedoras e locadoras de galpões logísticos do Brasil, a Log Commercial Properties, encerrou mais um ano com resultados positivos. A empresa, que tem o dono do grupo MRV&CO, Rubens Menin, como um dos principais acionistas, registrou um lucro líquido de R$ 400,7 milhões em 2022. O resultado foi 4,6% superior ao apurado em 2021 (R$ 383,2 milhões). O balanço do ano foi divulgado ontem pela companhia.
De acordo com o demonstrativo, o Ebitda – que se refere ao lucro antes dos descontos de impostos, juros e amortizações – somou R$ 500 milhões no ano passado, montante 21% maior que o do ano imediatamente anterior (RS 414 milhões). Já a receita líquida totalizou R$ 217,2 milhões, alta de 45,4% em relação a 2021 (R$ 149,3 milhões).
Para o CFO da Log, André Vitória, o que impulsionou o bom desempenho da empresa foram as entregas e as vendas de ativos. Ao todo, foram entregues 415 mil metros quadrados (m²) de área bruta locável (ABL), um recorde da companhia. Deste total, 322 mil m² foram construídos apenas no ano passado. Além disso, foram entregues para relevantes players do mercado dois projetos de built to suit (BTS) – feito conforme as necessidades do locatário.
Os ativos vendidos somaram R$ 429 milhões em 2022, outro recorde da empresa. Todos os dois empreendimentos negociados se localizam em Minas Gerais, sendo eles: Log Betim II e Log Parque Torino. Conforme André Vitória, as negociações corroboraram para uma diminuição do total de ABL da companhia, que fechou o ano em 1.415 milhões de m² ante 1.470 milhões de m² do ano anterior.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
A absorção bruta, ou seja, o total de área que foi locada durante o período analisado, chegou a 457 mil m², o segundo maior resultado da história da empresa. Deste total, 132 mil m² foram de pré-locações de ativos em desenvolvimento. Segundo o CFO, atualmente entre 50% e 60% dos empreendimentos que estão sendo produzidos estão pré-locados, ou seja, a Log já possui acordos firmados com os clientes que vão ocupar os espaços quando forem entregues.
Dentre os principais setores que ocuparam novos espaços da Log em 2022 destacam-se: farmacêutico (19,2%); alimentos e bebidas (15,7%); e-commerce (15,2%) e logística (9,1%). A vacância da empresa encerrou o ano estabilizada em 2,6%, bem abaixo da média no País que gira em torno de 11%.
“A gente enxerga o ano de 2022 como tendo sido um ótimo ano para Log e como o previsto, ou seja, seguimos o nosso plano de crescimento como esperado. Apresentamos uma solidez relevante dentro dos nossos indicadores financeiros e operacionais e continuamos atentos às oportunidades de mercado ao longo de 2023. Então eu diria que o ano foi um ano bem positivo para a companhia”, avalia André Vitória.
Em 2023, a Log prevê entregar oito projetos que totalizam mais de 440 mil m² de ABL distribuídos em três regiões brasileiras e seis estados distintos. A maior parte será no Nordeste (314,7 mil m²), seguido pelo Centro-Oeste (63,6 mil m²) e pelo Sudeste (62,4 mil m²). Todos os empreendimentos a serem entregues no Sudeste ficam localizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), sendo eles: Log Belo Horizonte e Log Contagem.
Redução de operações da MRV
O grupo MRV&CO anunciou nesta semana que vai reduzir as operações da MRV Incorporação. Dentro de três anos, a empresa planeja sair gradualmente de cerca de 40 cidades e manter a atuação em São Paulo e nas principais regiões metropolitanas do País. Questionado se a decisão pode impactar de alguma forma os negócios da Log, o CFO da companhia ressalta que o mercado residencial da MRV comparada ao mercado de logística da Log são “é pouco diferente”.
Para ele, um dos fatores que afetam tanto a MRV quanto a Log se trata da taxa de juros. Sendo assim, André Vitória ressalta que o ano de 2023 requer cautela e que é importante acompanhar os movimentos do mercado e do cenário macroeconômico. Dessa forma, poderá ser feita uma leitura antecipada para, se preciso, adequar o tamanho das operações.
“É o mercado quem vai ditar o crescimento das empresas ao longo de 2023 e a demanda está muito atrelada ao desenvolvimento da política econômica e fiscal do novo governo que ainda está incipiente. A gente não tem informações concretas para saber realmente o que está sendo executado. Têm algumas discussões e debates em relação a alguns temas, mas nada concreto ainda que nos permita ter uma ação mais direta em relação ao planejamento”, salienta.
Ouça a rádio de Minas