Log reporta quedas no lucro, receita e Ebitda no terceiro trimestre

A mineira Log Commercial Properties, uma das principais desenvolvedoras e locadoras de galpões logísticos do Brasil, fechou o terceiro trimestre deste ano com queda em importantes indicadores financeiros. No período, a companhia reportou recuos no lucro líquido, na receita líquida e no Ebitda, segundo dados do balanço divulgado ao mercado nessa terça-feira (31).
De acordo com o demonstrativo, entre julho e setembro de 2023, o lucro líquido da empresa foi de R$ 48,5 milhões, redução de 56,5% frente a igual intervalo de 2022 (R$ 111,8 milhões). A receita líquida foi de R$ 48,1 milhões, valor 18,7% inferior na mesma base de comparação (R$ 59,2 milhões). E o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 76,9 milhões, baixa de 40,9%, ante o penúltimo trimestre do ano passado (R$ 130,2 milhões).
O CFO da Log, André Vitória, explica que o decréscimo dos indicadores está relacionado à sazonalidade da operação, o que significa que os resultados variam conforme o ciclo de obras da companhia. Como exemplo, ele afirma que se um volume maior de ativos em construção forem entregues em um determinado trimestre, como ocorreu no terceiro do exercício passado, o lucro tende a ir “nas alturas”. Por outro lado, se as entregas forem diluídas, os ganhos também serão.
“O ciclo de obras é que determina o resultado entre os trimestres. É difícil de você ter uma comparação fidedigna entre eles, porque o ciclo de construção da empresa não dura um trimestre. Não está acontecendo todo o trimestre a mesma coisa. Então, varia de um trimestre que se tem mais obras acabando para outro com mais obras começando. Estamos falando de um resultado contábil. Lucro, receita e Ebitda variam de acordo com o ciclo operacional da companhia”, disse.
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Dívida líquida cai e deve se manter estável nos próximos anos
O relatório também mostra que a Log atingiu um total de R$ 337 milhões com a venda de ativos no terceiro trimestre, dando seguimento à reciclagem de portfólio. Essa estratégia vem permitindo que a empresa reduza significativamente sua dívida líquida, visto que grande parte dos recursos arrecadados nas negociações estão sendo destinados para isso. Apenas nos últimos 12 meses, a companhia recebeu R$ 1,6 bilhão em vendas e diminuiu o déficit em mais de R$ 600 milhões.
Vitória enfatiza que estão focados em não ultrapassar o teto de dívida definido pela empresa, entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. E que as reduções da taxa básica de juros beneficiam os resultados, já que as despesas financeiras tendem a cair. Sendo assim, ele avalia que a déficit líquido da Log deve se manter estável, com uma gradual queda ao longo dos próximos anos.
Outro consequente impacto favorável do recuo da Selic é o aumento da atratividade e liquidez dos ativos para serem vendidos, segundo o CFO. Perguntado sobre a intenção da Log em vender algum de seus atuais dez empreendimentos em Minas Gerais, Vitória afirmou que ainda não há definição de quais condomínios/galpões devem ser negociados, pois depende do tíquete que está sendo aplicado, do potencial crescimento de tal mercado e das especificidades do comprador.
Novos ativos da Log vão contemplar o Estado
No dia 20 de outubro, a Log detalhou aos investidores seu planejamento para dobrar de área bruta locável nos próximos cinco anos. A ideia da empresa é aumentar 30% de seu ABL até dezembro de 2024, com a conclusão do projeto “Todos por 1.5”, iniciado em 2020. E incrementar outros 70% com seu novo plano de crescimento “Log 2 milhões”, referente ao ciclo 2025-2028.
Até o fim do ano que vem, a companhia vai entregar 700 mil metros quadrados de ABL em obras espalhadas por quatro regiões do Brasil, com um investimento de R$ 850 milhões. Conforme Vitória, a empresa não divulga detalhes de empreendimentos em andamento, porém o Estado será contemplado. Vale lembrar que a Log está construindo um galpão logístico na região do Barreiro, em Belo Horizonte, com previsão de conclusão para o próximo primeiro trimestre.
Já no quadriênio seguinte, a Log projeta fazer a entrega de dois milhões de m² de ABL, que abrangem 22 cidades, de Norte a Sul do País. Minas Gerais, segundo o CFO, vai receber pelo menos dois ou três empreendimentos no período. Neste caso, o aporte total, será de R$ 3,5 bilhões, com parte desse valor, R$ 2,8 bilhões, originado da reciclagem de portfólio.
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