Lojistas de BH esperam faturar 20% a mais na Black Friday deste ano
Seis a cada dez consumidores (67,1%) no Estado devem aumentar os gastos durante a Black Friday, com parte das compras destinadas aos presentes de fim de ano, segundo projeções da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG). Com isso, varejistas da capital mineira esperam vender, no mínimo, 20% a mais que em igual época de 2024. A queda do dólar e o otimismo com o aumento do consumo são alguns dos fatores para a aposta no aumento nas vendas.
Conforme o gerente da loja Samsung do BH Shopping, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, Leandro Ferreira, a expectativa para este ano está “bem superior ao ano passado” e a projeção é que as vendas sejam pelo menos 20% maiores. Segundo ele, a Black Friday de 2024 não foi uma boa data, em função da falta de abastecimento de produtos e dos preços pouco competitivos.
“O dólar estava bem alto na época, o que refletiu nos nossos produtos. Esse ano, a gente já começou de forma bem mais positiva. Estamos com preços melhores e com promoções em alguns produtos. O estoque também está bem abastecido”, conta.
Em novembro de 2024, a moeda americana estava cotada a R$ 5,78, valor 7,8% superior à cotação deste ano, em R$ 5,36 atualmente.
O presidente e fundador do Grupo Mário Valadares, Mário Valadares, que está no comando dos shoppings Só Marcas Outlet, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com 90 lojas, e do Outlet BH, também na região Centro-Sul da capital mineira, com 60 lojas, também tem boas expectativas para a Black Friday deste ano. “Esperamos um movimento de no mínimo 25% maior”, diz.
Segundo Valadares, como a data tem apelo mundial e a maioria das lojas são marcas internacionais, os descontos de 50% são praticados em operações no mundo inteiro, o que acabou virando tendência por aqui também. Com isso, ele espera que cerca de 15 mil pessoas rodem os corredores de seus outlets da data, no próximo dia 28, um aumento de 70% em relação a uma sexta-feira comum, por exemplo.
Conforme o gestor, como a característica do outlet é ter um preço menor que o praticado nas lojas físicas e on-line, as unidades não estão sendo e não serão afetadas pelo mercado digital. “Os shoppings convencionais têm sentido a concorrência do e-commerce, mas nós não”, comemora.
Ele também atribui os resultados positivos a um novo comportamento dos consumidores. “Temos notado uma migração de classes mais altas para os outlets, o que tem contribuído para o bom desempenho das vendas este ano”, completa. De acordo com Valadares, o dólar estar mais baixo também contribui, já que 80% dos produtos são importados.
Na primeira loja da Disney em Minas Gerais, inaugurada há menos de dois meses no Botânico Shopping, na região Centro-Sul da Capital, o gerente de marketing da Dream Store, Márcio Pereira, conta que estão com um marketing mais agressivo. Mas admite que a Black Friday não é uma data muito relevante para o grupo. “Ela atinge mais o varejo de maior valor agregado. Somos uma loja de presentes e todas as datas do ano tendem a nos favorecer. O que temos feito é incentivar as compras de Natal”, diz. Com a estratégia, a expectativa é aumentar em 50% o faturamento do mês de novembro em relação aos anteriores.

Na avaliação da analista de estudos econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gabriela Martins, o ânimo ou o otimismo dos empresários gira em torno da alta expectativa para os eventos de fim de ano, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal.
“O aumento de demanda nesta época e o ganho real de renda das famílias têm sido um motivo primordial para a expectativa de aumento das vendas, mesmo em um cenário de juros alto e endividamento das famílias”, resume.
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