Lojistas de shoppings de BH fazem estratégias pós-Natal

por BIANCA ALVES
A movimentação nos principais shopping centers da Região Metropolitana de Belo Horizonte surpreendeu no final do ano passado. Em dezembro, as vendas nos 11 principais centros de compras da região avançaram 11,54%. Além da demanda de Natal, o período de troca de presentes rendeu bons resultados para os lojistas.
Este ano, o dia 26 de dezembro caiu num domingo e esta foi a melhor notícia para os grandes shoppings de Belo Horizonte e região metropolitana. Eles amanheceram lotados no tradicional “Dia da Troca”- aquele em que os consumidores vão às lojas para substituir os presentes que não serviram ou não agradaram.
“Este é tradicionalmente um dia de aumento de vendas mas, desta vez, você não conseguia entrar. Tinha mais gente nos shoppings do que no período antes do Natal”, conta o superintendente da Associação de Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre Dolabella.
E olha que o movimento em dezembro surpreendeu. As vendas cresceram 11,54% nos 11 grandes shoppings da capital mineira, quando comparadas a 2020. E mesmo com um índice bastante modesto – 0,05% -, foram maiores do que as de 2019, antes da pandemia.
Os números mineiros foram maiores do que os nacionais. Em todo o Brasil, os shoppings venderam, em 2021, 10,7% a mais do que em 2020, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Entre os dias 19 e 25 de dezembro, o comércio nos centros de compras movimentou R$ 5,3 bilhões, com um ticket médio de R$ 189 ante R$ 197 em 2020.
Dolabela frisa, porém, que a maior parte das vendas foi de artigos de luxo. Neste contexto, joalheria, ótica e artigos para casa venderam mais que os produtos populares, reflexo direto da inflação que está estrangulando os salários, explica o dirigente.
Vestuário também vendeu bem, com a retomada das festas de casamento e formaturas. “E que demandam roupas mais caras”, ressalta Dolabella. “Em resumo, se o que prejudicou as vendas no ano passado foram as restrições sanitárias, este ano foi a inflação”, completa.
Trocas e promoções
O movimento de trocas na semana pós-Natal é fundamental para o comércio dos shoppings, que, a partir delas, se orientam para as estratégias de venda em janeiro. Uma das dificuldades que o comércio enfrenta é levar o consumidor à loja. O “dia da troca” incentiva a ida do consumidor no pós-Natal.
E aí fica nas mãos do lojista transformar o evento em um indutor de novas vendas. “Venda é emoção, né? – observa Alexandre Dolabella. “Cabe ao lojista aproveitar a vinda do público, para treinar seus vendedores, destacar produtos e fazer promoções.
Janeiro é o mês de alguns segmentos – caso das livrarias e da moda praia, por exemplo, que vendem feito água. O comércio também se aquece nos destinos turísticos, o que não é o caso de Belo Horizonte, que, em janeiro, precisa atrair consumidores para as lojas com preços melhores.
Reposição é entrave
O problema é que essas promoções, que são a única saída, por exemplo, no caso dos produtos duráveis e semiduráveis, terão que enfrentar lá na frente um problema: a reposição. Já havia dificuldade para comprar no final do ano e não por causa da demanda. O produto demorou pra chegar e, quando chegou, veio com preços (e custos) bem maiores.
Se hoje é mais fácil comprar virtualmente, a logística para trazer o produto até o consumidor é cada vez mais cara. Um exemplo: o contêiner importado que custava US$ 2,5 mil em 2019, hoje não sai por menos de US$ 12 mil.
Assim, fica cada vez mais difícil (e caro) repor o estoque. “O lojista tem que fazer promoção para vender nesta época. Mas vai ter que ser com responsabilidade, porque ele vai comprar mais caro lá na frente”, adverte Dolabella.
Muitas lojas, porém, sequer terão estoque para queimar. “Os lojistas foram conservadores na hora de comprar e o movimento realmente surpreendeu”, explica o gerente de marketing do Shopping Cidade, Bruno Saliba. Tanto que a promoção maior do mall, a Liquidacidade, tradicionalmente realizada em janeiro, acontecerá em fevereiro.
“Nós vínhamos de um Black Friday abaixo de nossas expectativas; muita gente achou que seria a mesma coisa no Natal e, ao contrário, ele foi muito aquecido. Equiparamos as vendas de 2019, o que foi muito positivo”, comemora Saliba.
Movimentação é maior
Diante disso, o clima é de otimismo, com o movimento nos primeiros dias do ano superior ao do mesmo período de 2020, antes da pandemia. “Estamos no início ainda, não temos uma análise de vendas, mas a nossa percepção é muito positiva”, diz o gerente.
E mesmo diante de boas perspectivas, o shopping não descuidou da estratégia para as vendas de janeiro. O foco é a família, que vem para passear com os filhos. Para atraí-los, foi montado um parque temático com brinquedos para crianças de 2 a 15 anos.
Some-se a isso os lançamentos cinematográficos e os restaurantes, que são grandes fatores de alavancagem das vendas neste período. E que se refletem diretamente nas lojas do shopping. “Mineiro que não foi para a praia, vai para o shopping”, afirma Josy Alves, gerente da Zinzane, loja de vestuário feminino. Comemorando os bons resultados do fim de ano, ela destaca que as pessoas queriam realmente presentear neste Natal. “Tinha que embalar o presente, este foi um diferencial”, aponta.
Na Zinzane, o dia da troca durou toda a última semana do ano. Josy vê dois pontos positivos nesta volta da mercadoria. “Se o cliente já é nosso e a troca é bem feita, ele fideliza. Se é alguém que não conhece a marca, ele vai à loja e, com um bom atendimento, ele não só passa a conhecer, como também gostar”.
Para a gerente de marketing do Shopping Del Rey, Isabela Moreira, a troca é sempre uma boa oportunidade para o lojista. A maioria deles prepara a equipe para esse momento de olho na conversão de novas vendas, de maneira a ampliar um pouco da sua margem.
“Nesta época do ano, também observamos um forte movimento de liquidação, já tradicional, principalmente, nas grandes redes de varejo. Algumas de nossas lojas apostam nesta estratégia para atrair o consumidor e liberar o estoque do ano anterior”, afirma Isabela.
Ela acredita que, com o avanço da vacinação, a tendência é que as pessoas retomem a busca por entretenimento neste período de crianças em casa. Para isso, o Del Rey investiu em um mix completo, com diversão para todas as idades.
Além das atrações fixas – playground gratuito, cinema, boliche e miniatura de carros elétricos – o shopping oferecerá o Mundo do Blocos, evento interativo em que as crianças podem montar cenários com blocos gigantes e o licenciado Seja um Detetive, em que o público poderá conhecer e interagir com o cenário e o elenco da série Detetives do Prédio Azul (DPA), do canal Gloob.
Mesmo confiando no poder dessas atrações, a gerente-geral das lojas Amor de Mãe, Patricia Oliveira, aposta nas vendas on-line. As “mães” que se juntaram nesta loja colaborativa – que vende de artesanato a produtos de sex-shop – já estão fazendo contato com os clientes através de Whatsapp, já que a empresa não tem loja virtual.
A iniciativa nasceu de uma feira no mall, em que várias mulheres puderam expor seus produtos. Juntar todo mundo em uma loja foi uma estratégia que deu certo. A Amor de Mãe já tem três unidades, nos shoppings Del Rey, BH e Estação. “A gente vinha de um comércio adoecido pela pandemia. O movimento de Natal foi bem maior do que o esperado e superou nossas expectativas”, revela Patrícia.
Clima é de otimismo para janeiro
O clima é de otimismo, com o movimento nos primeiros dias do ano superior ao do mesmo período de 2020, antes da pandemia. “Estamos no início ainda, não temos uma análise de vendas, mas a nossa percepção é muito positiva”, diz o gerente de marketing do Shopping Cidade, Bruno Saliba.
E mesmo diante de boas perspectivas, o shopping não descuidou da estratégia para as vendas de janeiro. O foco é a família, que vem para passear com os filhos. Para atraí-los, foi montado um parque temático com brinquedos para crianças de 2 a 15 anos.
Some-se a isso os lançamentos cinematográficos e os restaurantes, que são grandes fatores de alavancagem das vendas neste período. E que se refletem diretamente nas lojas do shopping. “Mineiro que não foi para a praia, vai para o shopping”, afirma Josy Alves, gerente da Zinzane, loja de vestuário feminino.
Na Zinzane, o dia da troca durou toda a última semana do ano. Josy vê dois pontos positivos nesta volta da mercadoria. “Se o cliente já é nosso e a troca é bem feita, ele fideliza. Se é alguém que não conhece a marca, ele vai à loja e, com um bom atendimento, ele não só passa a conhecer, como também gostar”.
Para a gerente de marketing do Shopping Del Rey, Isabela Moreira, a troca é sempre uma boa oportunidade para o lojista. A maioria deles prepara a equipe para esse momento de olho na conversão de novas vendas, de maneira a ampliar um pouco da sua margem.
“Nesta época do ano, também observamos um forte movimento de liquidação, já tradicional, principalmente, nas grandes redes de varejo. Algumas de nossas lojas apostam nesta estratégia para atrair o consumidor e liberar o estoque do ano anterior”, afirma Isabela.
Ela acredita que, com o avanço da vacinação, a tendência é que as pessoas retomem a busca por entretenimento neste período de crianças em casa. Para isso, o Del Rey investiu em um mix completo, com diversão para todas as idades.
Mesmo confiando no poder dessas atrações, a gerente-geral das lojas Amor de Mãe, Patricia Oliveira, aposta nas vendas on-line. As “mães” que se juntaram nesta loja colaborativa – que vende de artesanato a produtos de sex-shop – já estão fazendo contato com os clientes através de Whatsapp, já que a empresa não tem loja virtual.
A iniciativa nasceu de uma feira no mall, em que várias mulheres puderam expor seus produtos. Juntar todo mundo em uma loja foi uma estratégia que deu certo. A Amor de Mãe já tem três unidades, nos shoppings Del Rey, BH e Estação.
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