Lojistas estão otimistas com Dia das Mães

Com perspectiva de crescimento de 1,2% frente ao ano passado, as vendas em torno do Dia das Mães, celebrado em 14 de maio, devem injetar R$ 2,19 bilhões na economia de Belo Horizonte, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
Em 2022, a data movimentou R$ 2,16 bilhões na cidade. De acordo com levantamento da entidade, a expectativa de receita gerada é a maior desde 2015, quando as vendas somaram R$ 2,12 bilhões.
A economista da entidade, Ana Paula Bastos, diz que os comerciantes estão otimistas já que a pesquisa mostrou que 64% dos lojistas acreditam que a data deste ano será melhor que a de 2022. Outros 19,8% dos empresários do varejo entrevistados apostam que a movimentação em torno da data será igual a do ano passado e 16,2% acham que será pior.
“A data tem um forte apelo emocional, sendo uma das mais importantes do ano para o varejo”, observa. Foram entrevistados 303 comerciantes da capital mineira entre os dias 31 de março e 12 de abril. O intervalo de confiança é de 95%, com erro amostral de 5,6%.
Mesmo com a projeção de crescimento, a maioria dos entrevistados pela entidade, 43,9%, irão manter o estoque no mesmo patamar na comparação com 2022 e 40,9% dos empresários do setor afirmam que vão aumentar o volume de produtos, outros 15,2% pretendem diminuir.
A economista alerta que é fundamental que os comerciantes ofereçam diversas formas de pagamento aos consumidores, já que isso amplia as possibilidades de vendas. “Também é válido criar condições especiais para aqueles que optarem por pagar à vista. Lembrando que nenhuma dessas estratégias deve prejudicar a saúde financeira da loja”, aconselha.
Conforme o levantamento, os lojistas acreditam que as principais formas de pagamento utilizadas pelos consumidores serão: parcelado no cartão de crédito (48,5%), com uma média de quatro parcelas; à vista no cartão de crédito (35,3%), PIX (14,2%) e cartão de débito (2%).
Estratégias
Para impulsionar as vendas da data, 47,9% dos entrevistados declaram que vão promover ações publicitárias. E para atrair os consumidores, 73,6% dizem que vão intensificar a divulgação dos produtos e 40,6% irão aumentar o mix de produtos. Outra medida é a decoração da loja (32,3%) e a flexibilização e/ou facilitação do pagamento (25,4%). O aperfeiçoamento do atendimento foi mencionado por 16,8% dos entrevistados.
Outra estratégia que deve ser utilizada pelos empresários do varejo são as mídias sociais na divulgação de produtos. A pesquisa da CDL/BH apontou que as principais ferramentas e estratégias utilizadas pelos lojistas serão: Instagram (75,2%), WhatsApp (45,5%), decoração na vitrine (20,1%), site da empresa (17,5%), Facebook (16,5%), boca a boca (4%) e carro de som (0,3%). Os entrevistados que afirmaram que não irão fazer divulgação somam 10,9%.
Em relação aos gastos dos consumidores com presentes, a maioria, 36% dos lojistas, disseram que acreditam que irão aumentar frente ao resultado do ano passado. Para 30%, o investimento deve ser igual ao do último ano e 34% acham que os clientes irão diminuir.
Ana Paula Bastos conta que a pesquisa apontou que 55% dos empresários entrevistados esperam que cada consumidor compre um presente. O tíquete médio deverá ser de R$ 186,63, alta de 59,5% frente ao ano passado, quando o valor médio foi de R$ 117 por produto.
De acordo com a economista, os produtos mais vendidos devem ser os característicos da data, os semiduráveis, conforme perspectiva dos comerciantes ouvidos pela pesquisa, com destaque para roupas (31%), calçados (13,9%), flores (12,2%), acessórios (8,3%) e produtos de beleza, como cosméticos e maquiagens (8,3%).
A pesquisa da CDL/BH também perguntou aos comerciantes quais fatores deverão influenciar negativamente as vendas da data. Na perspectiva dos lojistas, os principais motivos podem ser aumento do preço dos produtos (75,6%), desemprego (11,6%) e aumento da inadimplência (5,3%). Já para 2,3% dos entrevistados, nenhum fator poderá prejudicar a comercialização.
Ipead registra melhora na intenção de consumo
A recuperação da economia pós-pandemia e o aumento da confiança na economia são alguns dos fatores que devem ajudar no desempenho das vendas voltadas para o Dia das Mães, de acordo com o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Diogo Santos.
Para ele, o índice de confiança do consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) de abril, divulgado ontem pela Fundação Ipead, ajuda a explicar, em parte, a pretensão de compras para a data. Ele conta que o ICC também capta a percepção da população quanto à economia do País, com melhora em relação ao emprego e à inflação. “A população espera uma melhora no mercado de trabalho e uma inflação mais controlada. Por outro lado, a percepção quanto à situação financeira da família piorou. Essa piora pode indicar um impacto do endividamento e dos juros altos nas finanças familiares”, analisa.
De acordo com levantamento da fundação para o Dia das Mães, em relação a 2022, houve um aumento no número dos consumidores que pretende presentear, bem como no preço médio dos presentes e na parcela de pessoas que pretende gastar mais na comparação com a mesma data no ano passado.
Do total dos entrevistados, a maioria (61,9%) quer presentear a mãe ou alguma pessoa próxima, alta de 4% frente ao resultado do ano passado. Dentre esses consumidores, o valor médio dos presentes a serem adquiridos neste ano é de R$ 98,08, superior ao valor captado na pesquisa de 2022 (R$ 95), o que representa um crescimento de 3,24%, e praticamente recupera o valor médio observado em 2019 (R$ 99,82), anterior à pandemia.
Além do valor médio dos presentes, o levantamento da Fundação Ipead mostra que 74% dos entrevistados pretendem comprar presentes de até R$ 150. A faixa de preço entre R$ 51 e R$ 100 foi a mais citada, representando 27,69% dos consumidores que pretendem presentear neste ano.
Também houve um aumento considerável das pessoas que pretendem gastar mais que em 2022, de 11% para 33%. Por outro lado, foi verificada uma queda de 35% para 17% das pessoas que pretendem gastar menos do que gastaram no ano anterior.
A pesquisa sobre a pretensão de compra para o Dia das Mães de 2023 entrevistou 210 consumidores durante o mês de abril.
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