Lojistas estão otimistas para as vendas de inverno

Os lojistas de Minas Gerais estão otimistas com relação às vendas nesta temporada de inverno. De acordo com um levantamento feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio-MG, 65% dos empresários mineiros esperam que o período gere resultados positivos para seus negócios.
Apenas 1,8% estima impacto negativo no volume de vendas da loja. Outros 33,2% acreditam que o inverno não causará nenhuma consequência para seu estabelecimento.
O economista-chefe da Fecomércio-MG, Stefan D’Amato, conta que um dos motivos que pode explicar esse clima de otimismo entre os empresários varejistas é a melhora nas perspectivas no cenário econômico.
“Vários fatores contribuem para esse otimismo: em primeiro lugar, a redução da inflação; em segundo lugar, o aumento da renda dos consumidores, que é impulsionado tanto pela recuperação do mercado de trabalho quanto pelo aumento do poder de compra, resultado da diminuição das pressões inflacionárias”, revela.
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Ele ainda cita a implementação dos pacotes de auxílio, como o programa Descomplica, com o objetivo de reduzir a inadimplência e injetar renda. “Um exemplo é o Auxílio Brasil, que teve um aumento de 50% em relação ao programa anterior, chegando a R$ 600 para famílias de baixa renda”, cita.
A pesquisa também aponta que 43% dos comerciantes esperam que as vendas sejam melhores se comparadas com a temporada de frio de 2022. Entre os motivos citados, os destaques foram: Inverno mais rigoroso (36,4%); Consumidor está comprando mais (23,6%) e o Fim da pandemia (20%).
Por outro lado, 18,8% são mais pessimistas e aguardam por vendas piores do que no ano passado. O Clima/Tempo foi o motivo predominante para essa baixa expectativa, com 39,6% dos donos de lojas no Estado. Outros 20,8% destacaram a falta de dinheiro do consumidor e 16,7% a postura mais cautelosa dos clientes.
Já para 31,6% dos empresários varejistas de Minas, as vendas devem permanecer no mesmo patamar do período de inverno anterior. Enquanto 6,6% não souberam ou não responderam sobre essa questão.
Entre as empresas com boas expectativas para essa temporada, 30,9% estimam impacto percentual médio positivo de 10,1% a 25% do volume de vendas. No entanto, entre aquelas com expectativas de piora nas vendas, 31,3% esperam por redução de até 10% do volume.
Ações para atrair o consumidor
Quando perguntados sobre quais ações as lojas farão para atrair os consumidores, 31,6% responderam que irão apostar em propagandas e divulgação. Outros 21,4% optaram por seguir com estratégias voltadas à adoção de promoções e liquidações.
A maioria dos empresários (85,5%) afirmou que já estão preparados e que já receberam todos os produtos encomendados para complementar o estoque. No entanto, 12,1% dos lojistas reconheceram que ainda não estão preparados. Além disso, 1,6% dos empresários não realizaram os pedidos e 0,4% disseram que não irão fazer.
Quanto ao número de itens solicitados aos fornecedores, 37,9% responderam que o volume de pedidos foi o mesmo que o solicitado em 2022. Já 32,4% revelaram que esse número está maior neste ano, e apenas 18,4% reduziram a quantidade solicitada.
Para 63,7% dos donos de lojas em Minas Gerais, os preços cobrados pelos fornecedores estão mais altos este ano. Apenas 3,1% consideraram que houve uma queda nos valores praticados. Outros 20,7% não observaram mudanças na comparação com o último ano.
D’Amato conta que os empresários sofreram com algumas dificuldades ao repor seus estoques para a temporada de inverno. Segundo ele, isso ocorreu devido aos ajustes de preços com base na inflação que estava em vigor no início do ano.
“Esse aumento de preços foi impulsionado principalmente pelo aumento dos preços dos combustíveis. Como resultado, os empresários têm uma margem limitada para oferecer seus produtos a preços mais baixos aos clientes”, explica.
Perfil de vendas na temporada de inverno
Mais da metade dos comerciantes (51,6%) esperam que a forma de pagamento que irá se sobressair no período de frio será o cartão de crédito, parcelado. O Pix aparece em segundo com 15,2%.
O economista da Fecomércio-MG revela que o uso do cartão de crédito apresenta uma série de implicações para a renda disponível dos consumidores, principalmente, na forma de pagamento parcelado.
“Essa modalidade permite dividir o valor do produto em pagamentos mais adequados à capacidade financeira do cliente. No contexto específico dos produtos de inverno, essa opção de pagamento é justificada pelo maior valor agregado dessas mercadorias em comparação com as roupas das demais estações do ano”, explica.
Ele conclui que o uso do cartão de crédito como forma de adquirir roupas de inverno parceladas permite que os consumidores gerenciem seus orçamentos às necessidades sazonais.
D’Amato ainda ressalta a importância de considerar a situação financeira dos consumidores, que foi afetada pela pandemia. “Isso levou a um aumento significativo de pessoas endividadas ou inadimplentes. Como resultado, aqueles que ainda possuem crédito disponível optam por pagar a prazo para diluir o valor da compra ao longo do tempo”, conclui.
O economista conta que aqueles que não têm acesso ao crédito e precisam realizar a compra reduzem outros gastos e optam por pagar à vista, especialmente, por meio do Pix.
O período em que as empresas se programam é no mês de junho. Na visão de 48,4% dos donos de lojas no Estado, o momento de maior movimento será na primeira quinzena deste mês.
Quanto às vendas online, 78,3% das empresas mineiras afirmaram que irão disponibilizar seus produtos na internet, contra 21,4% que não realizaram vendas online.
Entre os meios citados, os destaques foram WhatsApp e Instagram, com 80,3% e 74,6%, respectivamente. Já 13,3% das empresas venderão seus produtos por meio de sites próprios, 8,7% no Facebook e 2,9% por meio de plataformas e-commerce.
A expectativa de 48,8% das empresas é de que o preço médio gasto por cliente no inverno varia entre R$ 100 a R$ 300. Outros 14,8% estimam consumo de R$ 300 a R$ 500.
Sobre as previsões de liquidação, a maioria (53,1%) disse que pretende realizar apenas no final da temporada de inverno, em especial no mês de agosto. Em média, os produtos devem ter descontos de 33,4% e 50% das empresas adotarão descontos de até 30% para a liquidação.
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